Wednesday 23 March 2011

O estilo de Michelle Obama no Brasil

Mas gente, só se falava no Obama no Twitter, em todos os jornais brasileiros, na internet, na TV... e cadê os blogs e revistas de moda falando do estilo de Michelle? Me disseram que algumas coisas saíram no GNT e no Jornal Hoje mas sem qualquer menção aos designers, análise mais profunda das escolhas... Triste isso. A gente podia ter feito uma bela cobertura, dando um banho nos internacionais... e necas.

Acho que todo mundo bem sabe que existe uma verdadeira comoção nacional nos Estados Unidos sobre o guarda-roupa da primeira-dama. Oscar de la Renta reclama a torto e a direito que ela não usa roupas nacionais o suficiente (a mais recente reclamação dele foi sobre o episódio em que ela usou um vestido de Alexander McQueen para receber o presidente chinês), enquanto outros a vangloriam por ter colocado o nome de designers como Jason Wu no círculo da moda internacional.

Pois bem, já que ninguém falou sobre o estilo de Michelle Obama no Brasil, vamos analisar o guarda-roupa escolhido pela primeira-dama?




Michelle optou por diversas peças da coleção de primavera/verão 2011 de Marc by Marc Jacobs (a linha mais barata do designer) para ela e também para suas filhas. Aliás, eu não quero ficar chutando aqui, mas tenho quase certeza que o trench coat da Sasha (filha mais nova) é da Marc by Marc do ano passado. Essas escolhas de peças novas misturadas com outras antigas está caracterizando o estilo de Michelle Obama, que deseja mostrar que ela "também é uma pessoa qualquer" e "também está sofrendo com a crise".




Nada como ter um Air Force One pra viajar... Aí dá pra tomar banho, colocar uma roupa limpinha, maquiagem e cabelo nos trinques, e sair linda de morrer em Brasília. Michelle escolheu um vestido de Tracy Reese para sua primeira aparição em solo brasileiro. Já no Rio de Janeiro, Michelle escolheu uma saia midi bordada com um top azul royal e cardigan (ainda não descobri o designer!). Ambas opções bem confortáveis porém super chiques, emulando uma "Jackie Kennedy contemporânea".




As opções de Michelle Obama para os eventos oficiais foram as melhores, ao meu ver. O primeiro, um vestido e blazer da designer Rachel Roy, foi a opção perfeita para encontrar com a presidente Dilma Rousseff. Dilminha, aliás, nem tava mal, viu? Gostei da roupa - mas faltou acessórios pra dar o tchan necessário. O vestido combinado ao blazer dava um ar de seriedade para o primeiro evento. Já no segundo evento, um discurso à jovens embaixadores brasileiros, Michelle retirou o blazer e mostrou como o vestido era lindo e caía perfeitamente nela.




O segundo vestido oficial, para uma visita ao Palácio da Alvorada, foi desenhado por Naheem Khan. O tubinho bordado também era perfeito para a ocasião - chique e, ao mesmo tempo, diurno. Aliás, fica aqui o meu puxão de orelha para o Itamaraty: como assim não houve um jantar de gala oficial? O Chile tá dando de MIL a zero na recepção ao Obama. Enquanto isso, a gente só sabe mostrar grupo de capoeira... Não tem nem ao menos um grupo de música clássica de crianças carentes? Uma encenação de uma peça de teatro séria, algo cultural que transpasse fronteiras? Porque só mostrando essas coisas e não sabendo recepcionar bem, o que fica de impressão aos estrangeiros é que sempre somos "terra do uga-buga". Triste.




Não descobri quem é o designer da saia verde, do twin-set amarelo e do colar turquesa mas claramente podemos perceber que essa combinação foi escolhida para agradar aos brasileiros, já que as cores do look emulam a bandeira brasileira.




Para a visita ao Cristo Redentor Michelle usou uma pantalona azul-marinho com top estampado (que me parece French Connection!) e um trench coat azul. O clima das roupas é bem casual, e eu gosto bastante que Obama não está de terno enquanto Michelle e as filhas estão com algo mais tranquilo. Mesmo tentando passar a imagem de "pessoas normais", os personal stylists tem que ter em mente que eles são uma "família unida", então o look tem que interagir bem entre eles.




Michelle se despede do Brasil num vestido Marc by Marc Jacobs que foi o look de abertura do desfile de primavera/verão 2011

O vestido Simone (nome dele na coleção), pra variar, já está esgotado mas há uma versão mais curtinha que ainda está nas lojas. E, para aquelas que amaram o vestido de Tracy Reese, ele ainda está à venda, assim como o tubinho de Naheem Khan e o top Marc by Marc Jacobs usado por Michelle em sua vinda de Washington para Brasília (que eu não encontrei online, mas vi esse final de semana na loja em Milão). 

3 comentários - Comente aqui!:

Anonymous said...

Sempre achei a Michelle tão elegante, fikdik ae pras outras primeiras-dama.
E olhando as fotos também não deixei de reparar na filha mais velha do casal, acho que serve como boa inspiração pra meninninhas mais novas. (tipo eu)
Beijos

Amanda Oliveira said...

gostaria de expressar minha opinião... achei muito preconceituoso vcs acharem que apresentar um grupo de crianças carentes q tocam musica classica seria melhor q o grupo de capoeira! Acho q o Brasil é uma mistura de tudo, e temos q ter orgulho disso! não somos só capoeira e muito menos musica classica! o Brasil fica estacionado, pq estamos sempre preocupados com o q seria ideal e não com o que somos! O Brasil é erudito e popular, reconhecer e respeitar o valor que temos na mistura é o primeiro passo para evoluirmos. Acho muito provinciana essa ideia de que temos q ser sempre finos e elegantes. Brasil é mistura minha gente, Brasil é muito mais q os costumeiros clichês e muito mais que a tão reverenciada cultura erudita!
Quis apenas expressar minha opinião, peço desculpas se ofendi alguem!

querou aquino said...

amanda,

concordo em gênero, número e grau com você, somos detentores uma cultura MUITO diversa. só que, ao passo em que NUNCA vemos crianças tocando um villa-lobos (brasileiríssimo e, por sinal, reconhecido mundialmente como um gênio) para líderes internacionais vemos o obama, numa visita de três dias, ver DOIS grupos de capoeira.

minha visão é que somos sim, muito mais que capoeira e música clássica. mas infelizmente a visão que os estrangeiros tem de nós é que somos "samba, praia e futebol", e nós perpertuamos essa visão ao apresentar grupos de capoeira e levar pessoas para conhecer favelas. porque é o que sempre mostramos; não tem nem assim, uma alternância, é um pacote de estereótipos completos de uma vez só!

a música clássica era um mero exemplo; acho que você não lê o blog com frequência, mas te digo (sem ofender ou como ofensa recebida) que sou uma pessoa que sempre diz que não é o chanel que te faz melhor, muito pelo contrário. se há como encontrar o mesmo esmalte (ou roupa, bolsa, o que seja) por mais barato, que ótimo. e se te faz feliz poupar um ano de salário pra comprar o original, que ótimo também. cada um com o seu.

agora, porque não apresentar um grupo de chorinho? ou villa-lobos, como citei? ou se é pra mostrar algo mais "popular", porque não mostrar uma peça de teatro contando um pouco da nossa história? ou crianças que cantem música sertaneja? que dancem danças de salão brasileiras, como forró ou o samba mesmo, só que o dançado a dois?

acredito que o preconceito não está presente em nenhuma das minhas afirmações, já que não disse que capoeira era algo "menor" e muito menos que música clássica era algo "mais nobre". mas acredito que exista preconceito sim, da maioria dos brasileiros que pensa que criança carente quando aprende música clássica é para "agradar aos ricos" e que ela tem que aprender capoeira porque "é cultura do povo". será que isso não é muito mais a razão do preconceito que você vê, ao invés do que está escrito no post?

deixo pra você pensar e me responder... :)

beijos,
carol

 
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