Tem um tempinho atrás, eu usei imagens de diversas campanhas da Benetton aqui no blog pra falar sobre a polêmica da Zara, o trabalho escravo e certas considerações que deveríamos começar a nos questionar como "Brasil emergente" - clica no link pra ver as imagens, além do ensejo da que vos fala...
Cresci com a Benetton fazendo campanhas super impactantes, e me lembro especialmente seu trabalho com HIV, que ajudou muito a desmistificar a imagem da doença nos anos 90. As fotos sempre tinham um quê de perturbador, um choque inicial que fazia depois você pensar por horas, dias a fio, somente pra tentar descobrir o que tanto incomodava. Muitas vezes nos dizíamos "gay friendly" ou "sem prconceito" até ver uma imagem da Benetton e ainda assim nos sentirmos incomodados.
Aí a Benetton se calou... perdeu o seu espaço no mundo da moda, resolveu se ausentar de discussões importantes. Talvez porque o boom econômico na Itália - e na União Européia como um todo - tenham diminuído a importância de certas questões, talvez porque o posição de "trendsetter" não interessasse mais aos diretores da companhia, ou até mesmo uma mera questão de mudança de empresa de marketing. Só sei que por mais de uns 10 anos parei de ouvir falar na Benetton.
E aí, hoje de manhã, eles lançam sua mais nova campanha: a criação da Fundação UNhate, 100% criada pelo grupo Benetton para promover o amor ao próximo e combater o ódio e a intolerância que se disseminam no mundo. Sejam as intolerâncias religiosas, de conotação sexual, fronteiriças, de raça, tudo. Basicamente promover o lema que alguém, há dois mil anos atrás (e outro alguém, há 5 mil e poucos, e um terceiro alguém, há 8 mil e poucos, além de muitos outros ícones das grandes - e pequenas! - religiões), disse: "amai ao próximo como a ti mesmo" - ou "vai e faz o bem ao teu irmão, não importa de onde ele venha ou para onde ele vai".
Que, na verdade, não tem muito de religião, e sim de *bom senso*. Se todo mundo tenta pisar no outro e se matar, a realidade é que ninguém sobrevive. Se cooperamos, todos vivemos bem. Dá pra ver como funciona em creches, condomínios - logo, podemos extrapolar e aplicar a um planeta chamado Terra.
Simples, lindo e fácil. É só a gente sempre se colocar no lugar do outro e ver que, no fundo, todos temos pais, mães, irmãos, amigos, maridos, filhos, avós, animais de estimação, lugares especiais, gente que amamos, comidas preferidas, coisas que nos fazem chorar. Não importa idade, sexo, cor, raça ou nada mais.
As imagens veiculadas são impactantes - como não poderiam deixar de ser - e mostram, mais uma vez, como nos chocamos com tão pouco. Particularmente me comove a imagem do Papa beijando o líder islâmico (logo abaixo) porque envolve, ao mesmo tempo, tanto com tão pouco.
Coloquei legendas somente nos quais achei que as pessoas não iam reconhecer de cara os integrantes das fotos, mas dá pra ver Obama, Angela Merkel, Sarkozy, Chavez e o presidente chines, todos se beijando.
Além disso há um video que mostra o quão tênue é a linha entre o amor e o ódio - e, por ser tênue, como pode ser fácil pra nós simplesmente cruzarmos essa linha de volta para o lado certo...
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