Faço esse pequeno post em movimento - algo do qual terei que me acostumar, já que idas e vindas no metro aqui despendem um certo tempo... Nada melhor que colocar esse tempo em produtividade e atualizar o blog com notícias quentinhas.
E essa nao poderia ser mais quente, ardente, fervente. O que parece eh que o conglomerado LVMH e Bernard Arnault, seu CEO, querem eh colocar muita lenha na fogueira da especulação do trono da Dior. A Louis Vuitton anunciou essa manha, através do site WWD, que a Maison fará uma retrospectiva em homenagem ao seu diretor de criação, ninguém menos que Marc Jacobs. O mesmo que vem sendo cotado para substituir Galliano na Dior.
Retrospectiva soa tanto como uma despedida, certo? Mas, aparentemente, nao para a Vuitton (e a LVMH como um todo). A intenção, de acordo com o porta-voz da companhia, eh de celebrar a renovação da imensa loja da Vuitton em Milão, que agora terá direito a uma seção dedicada somente a malas e acessórios de viagem.
Um motivo meio pequeno demais pra tanta homenagem, nao? Pois eh o que pensa a maioria do círculo da moda e, por isso mesmo, se intensificaram os rumores de que a retrospectiva vem para anunciar a mudança de Jacobs para a Dior.
E vocês, o que acham dessa possível mudança? Seria Jacobs o candidato ideal ou há alguma outra pessoa mais indicada para o cargo?
Tuesday, 30 August 2011
Homenagem da Louis Vuitton a saída de Marc Jacobs?
escrito por querou aquino at 12:34 pm 0 comentários - Comente aqui!
Labels: christian dior, Dior, Louis Vuitton, LVMH, Marc Jacobs
Friday, 19 August 2011
o que devemos discutir pós-Zara e trabalho escravo
Eu queria começar esse post com um "disclaimer": o escrito anterior não é nenhum tipo de manifesto de superioridade da minha parte só porque comentei sobre o episódio da Zara. A intenção, na realidade, era de levantar a discussão, que talvez fique presa na garganta pura e simplesmente porque envolve um assunto mais difícil de ser comentado. Esse post talvez explicará melhor a minha intenção.
Eu queria começar contando uma estória que ouvi de uma pessoa muito querida sobre sua visita ao Brasil recentemente. Ela é brasileira radicada em Londres, mora por aqui há mais de 25 anos e é casada com um britânico. Ela voltou ao Brasil para visitar sua família e, num determinado momento, foi levar sua mãe ao médico em um hospital público no interior de São Paulo. Todo mundo sabe como é um hospital público no Brasil - acho que não preciso ilustrar... - e, esperando já por algumas horas, ela nota que uma mulher com duas crianças, todas com cara de "indígena andino" (aqueles que normalmente vem da Bolívia, Peru, ou partes do Chile), estão lá há mais tempo que ela. A criança pequena, no colo da mãe, chorava horrores sem parar. Nesse momento, a mãe dela é chamada para ser atendida. Ela se levanta e comenta com a enfermeira que chamou sua mãe que aquela mulher estava ali por mais tempo que elas, logo deveria haver algum engano na ordem de chamada. A mulher responde rispidamente: "aquela ali só vai ser atendida quando aprender a falar português. E a senhora, vai querer ser atendida ou não?".
Voltarei a essa estória daqui a pouco. Primeiro, gostaria de falar sobre como viver fora do país me fez abrir os olhos sobre o Brasil. Tem a ver com o que eu tenho a dizer sobre a Zara, não se preocupem! Graças a Deus, fui abençoada por uma vida que me leva a diversos cantos do mundo. Eu sempre me senti meio "peixe fora d'água" no Rio, nunca me encaixei perfeitamente ao sistema "praia, malhação, Carnaval, calor e futebol". Não sou gostosona, não gosto de praia, malhar não é o meu forte, detesto calor como poucas coisas na vida. O Vasco não ganhou tanto quanto pôde quando eu era pequena, e meus pais torcem para outros times. Eu sempre amei Carnaval mas meus pais sempre fizeram questão de estar o mais longe possível do Rio nessa época. Dá pra sentir o resultado disso, né. Além disso, eu sempre achei que casaria com um "gringo" e que viveria fora do país. Acho que, no fundo, foi o que eu sempre quis (e não o que eu *sentia*). O gringo não é gringo, é petropolitano - apesar de ter uma carinha de gringo que ó...
Volto ao ponto: eu tinha tudo para ser pessimista com relação ao Brasil. Na verdade, eu sou muito pessimista com relação ao Brasil. Ao ponto de viver fora dele. Mas o pular de galho em galho, estar um dia em Barcelona, no outro em Estocolmo, depois no Cairo me fez ver como o Brasil está quase lá. Nos colocam junto com China, Índia, Rússia, África do Sul. Eu nunca fui a nenhum desses países (ainda, espero eu!), mas a impressão que me passa é que nós somos os mais próximos de um ideal de "primeiro mundo". Na verdade, diversos amigos que já visitaram esses países me afirmam isso. Que o Brasil, olhando com um olhar de visitante, muitas vezes já parece um país de primeiro mundo. Claro: eles não tem que pegar trânsito todo dia pra ir pro trabalho sem opção de um sistema de transporte público de qualidade, não tem que enfrentar a violência que tanto nos marca, não sabem o que é viver brigando com o resto do país por seus direitos.
Mas eu sei. Eu vivi isso por muito tempo. E eu posso dizer que é verdade: estamos quase lá. Apesar de todo o meu pessimismo, isso é uma realidade. Um quase tão quase, que muitas vezes me parece que nesse último século (o vinte), nós corremos absurdamente em direção à linha de chegada dessa maratona que é "ser um país legal", cansamos nos 500m finais, paramos pra dar aquela respirada e pensamos "ah, tá bom por aqui... 41.5km é quase 42...". E ficou por isso mesmo. Ou talvez porque esses 500m finais sejam os mais difíceis. Os tais 3 quilos finais de uma dieta. Os últimos dias de tratamento médico, os dias entre descobrir que você tem que terminar o seu relacionamento e realmente fazê-lo. É um período difícil, conturbado, complicado e dolorido. É quase um esforço sobre-humano, muito pior que o inicial.
Mas, pra mim, tudo isso se traduz em medo. Muita gente desiste de perder os últimos três quilos, de terminar o relacionamento porque tem medo do que vem pela frente. Fiquei magra, estou solteira, e agora? E acho que o mesmo acontece com o Brasil. Estamos meio perdidos. Sabemos como é ser "terceiro mundo", sabemos como é ser "emergente" e ser "BRIC". Mas não sabemos o que é ser um "Brasil primeiro mundo". Nunca aconteceu na nossa história. Sempre fomos rural, agrário, dependente. Não sabemos como é ser "potência".
Aliás, a algum tempo somos a potência da América do Sul, apesar de querermos negar nossa posição com todas as forças; "ah, mas tem a Argentina, a Venezuela com o Chaves...". É, galera, mas quem segura o rojão somos nós. Eles todos nos vêem como *os imperialistas* - quer nós queiramos ou não. E nós, que só sabemos ser amigos, bons de papo, carismáticos com nosso sambinha, achamos que estamos "todos no mesmo barco". E não estamos.
Volto agora à estória contada lá em cima. A última "invasão estrangeira" que o Brasil teve foi logo após a abolição da escravatura. Somos essa miscigenação toda da qual nos orgulhamos porque italianos, alemães, polacos, japoneses, espanhóis, e muitos outros vieram pra cá para substituir mão-de-obra escrava. Todo mundo lembra de "Terra Nostra" - e quem não lembra, joga no Google e descobre, porque foi uma das últimas ótimas novelas da Globo - e sabe como os coitados sofreram. Eles eram cidadãos de segunda classe em nossas terras. E agora, quase 150 anos depois, começa a "invasão latina". E também a "invasão chinesa", a "invasão Moçambicana/Angolana", e algumas outras mais. De novo, os vemos como cidadãos de "segundo escalão". É fácil fazer piada do chinês que não fala o "R", o angolano de sotaque engraçado, o boliviano que não fala a nossa língua. E achamos que cidadão de primeiro mundo é europeu... aquele mesmo que foi subjugado há 150 anos atrás.
Estamos mais uma vez em uma posição privilegiada e, ao mesmo tempo, desconfortável. Milhões de pessoas se mudando para o "nosso" país, que não entendem a "nossa" cultura, que não falam o "nosso" idioma. Mais ou menos o que reclamamos quando viajamos para o exterior, e somos tratados como "escória". É fácil reclamar, porém difícil de ver quando somos nós quem o fazemos.
O caso da mulher boliviana (ou chilena, peruana) é um dentre possíveis milhares que acontecem todos os dias. E o caso da Zara é mais um deles. Bolivianos que vem pensando que terão uma vida melhor "no país mais desenvolvido da América do Sul". Não nos damos conta, mas estamos na mesma posição que os Estados Unidos está para todos da América do Norte/Central. Ou da França e do Reino Unido para muitos outros. Somos "desenvolvidos" aos olhos de muuuuuitos outros países do mundo.
E o meu post de ontem sobre a falta de "opiniões" a respeito do episódio da Zara não é para me destacar, ou para apontar dedos. É simplesmente para gerar a discussão. Porque nós já estamos no estágio onde devemos começar a discutir temas que são mais complexos como imigração ilegal, condições de trabalho e de produção, penalizações contra empresas e, mais precisamente, nossa condição como país emergente. Emergente não quer dizer "terceiro mundo", quer dizer "quase lá". Apesar de não querermos aceitar (ou termos medo em fazê-lo), somos sim diferentes do resto. Já estamos em um patamar diferenciado.
E isso não é "feio" ou algo a ser escondido. Trabalhamos duro por isso, sofremos muito. Passamos por maus bocados, mil e um planos econômicos, inflação exorbitante, governantes doidos, crises fortes. Galgamos nossa subida; sangue, suor e lágrimas. Não temos que ter vergonha de nossa posição. Muito menos medo do futuro que nos aguarda.
Tratar de assuntos delicados como esses, é - well - delicado. É muita coisa envolvida, muita gente que pode ser prejudicada, muitas vidas em jogo. Mas é isso o que um país de (quase) primeiro mundo faz.
Por isso que quando eu escrevo a respeito dessas coisas e digo que sou totalmente contra "boicotes", é porque boicotes são a forma *avestruzesca* de lidar com o problema. Regimes de quase escravidão não acontecem somente com fábricas contratadas pela Zara; na verdade, eles não acontecem somente no mundo da moda, e muito menos só em terras brasileiras. Boicotar por boicotar, é simplesmente voltar a viver na época das cavernas. Cada um planta o seu, produz o seu, e pronto. Acaba-se dinheiro, sistema capitalista, tudo. Pode ser que essa seja a solução pra daqui a alguns milhares de anos? Talvez. Mas hoje em dia não é.
A solução de verdade é falar a respeito. É cobrar atitudes do governo, cobrar atitudes da empresa. Se o boicote é organizado de forma à empresa ouvir um pleito (que seja realístico), estou dentro. Se é só pra fazer auê no Twitter e posar de politicamente correto, muito obrigada.
Além do mais, acho que o ponto aqui não é sobre a Zara - ou sobre a moda. Temos que refletir muito além disso, e esse evento serve como um ótimo catalisador para isso. Como eu havia dito antes, nossas atitudes diárias tem consequências, e devemos arcar com isso. Se tomamos decisões erradas, que levemos a portada na cara. Na moda, na política, na alimentação, na saúde, no transporte, em tudo. Devemos tomar decisões informadas, e essa é chave. E, para isso mesmo, devemos discutir. Trocar idéias, ler muito sobre tudo, ouvir opiniões, mesmo que diferentes das nossas. Assim fazem os países de primeiro mundo, assim fazem os "cidadãos de primeira classe".
Chegou a nossa hora de agir assim - quer nós queiramos ou não.
P.S.: Todas as imagens vem do ótimo trabalho que a Benetton desenvolveu ao longo de anos através de suas propagandas, mostrando que, apesar de tudo, somos todos iguais. Na época, eles foram pioneiros em instigar a discussão sobre temas polêmicos como a discriminação racial, de portadores de HIV, entre outros. Pra quem quiser ver mais imagens, há um acervo ótimo aqui - de onde essas imagens aqui utilizadas foram retiradas.
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Thursday, 18 August 2011
Zara, trabalho escravo e alguns pensamentos soltos
Eu quero escrever com tempo sobre isso. E, principalmente, algo com começo, meio e fim. Porque aqui já são quase 4 da manhã, o sol da meia noite já foi dormir e já apareceu novamente, só vai sair coisa estranha desse teclado. Mas pode deixar, caro amigo leitor (meu sono me coloca numa vibe locutora de rádio brega), que assim que eu puder, vai sair o texto "sério'.
Quem é frequentador assíduo sabe que esse é um dos assuntos que eu mais curto escrever a respeito. Na verdade, um dos textos que eu escrevi para o application do meu mestrado era exatamente sobre isso. Não sobre o trabalho escravo em si, mas sobre como uma fast fashion não pode ser ecologicamente correta, mesmo que ela tente vender essa idéia (*cof*, H&M...). E que ela não pode existir num meio que respeite qualquer tipo de proteção, seja ela do meio-ambiente, dos animais, dos seres humanos. A conta simplesmente não fecha.
E eu também escrevi sobre o "boicote" à Arezzo. Aquela, a que lançou uma coleção com pele verdadeira. Ninguém se lembra mais, acho eu. Pois é. Por isso mesmo, nem vou entrar de novo no mérito dos tuiteiros de plantão que *adouram* um furdunço pra se posar de politicamente corretos. Mas, cada um com seu cada um. Eu, como Ana Carolina temente à Deus, sei que respondo a ele. E, mesmo tirando Deus da equação, eu sou coerente no meu colóquio - aliás, *coerência no discurso* é a chave do negócio... Somos todos responsáveis por nossos atos diários, começando pelo livre-arbítrio de abrir ou não abrir os olhos de manhã quando o despertador toca. Cada minúsculo ato, por mais imperceptível, tem o seu "efeito borboleta". Afeta alguém. Então, eu com o meu, você com o seu, e todo mundo respondendo pelas atitudes impensadas. Não é só pra época eleitoral que esse jargão vale.
Continuo comprando na H&M - teria como não fazê-lo, ainda mais em terras suecas? -, continuo comprando na Zara. E na Primark, na Topshop, como também num ocasional Alexander Wang, Opening Ceremony ou Marc Jacobs. Porque, né, eles também praticam atos abomináveis. Todos no mundo da moda praticam; acho ingênuo quem pensa que não. Aliás, todos no mundo praticam, inclusive eu e você. Seja a multa não paga esperando um indulto, a propina passada ao policial pra liberar o carro parado em local irregular. O dinheiro pro flanelinha. Passar na fila porque você tá com sua mãe que tem mais de 60 mas que tem saúde, corpo e mente de quem tem 40. E por aí vamos...
Mas eu não quero me alongar em política. Ou em Brasil. Quero mesmo é falar sobre o episódio, sobre tantos episódios que eu já vi desde que me mudei pra cá, e também sobre tanta gente corajosa que resolveu falar a respeito. Porque o que mais me impressionou sobre esse episódio, ao contrário do da Arezzo, foi que ninguém falou nada. NA-DA. Necas. Zero. Silêncio completo e absoluto. Ninguém deu sua opinião própria. A única que vi - e me corrijam se estiver errada - foi a Jojo. Até joguei no Google. Nem Vogue, nem Ela (o caderno do Globo sobre moda), nem Elle, nem o bloguinho da tia maricotinha.
Sei lá, vai ver foi no Twitter. E só. Mas me impressionou a passividade. Acho que doeu mais profundamente porque Zara é Zara. To-do-mun-dow compra na Zara. Ela é a opção da tia quatrocentona milhonária à adolescente que mora no sub-subúrbio do subúrbio e poupa pra comprar um vestidinho no final do mês. É a única fast fashion que pode ser assim chamada no Brasil (não sei como andam Renners e outras, mas na época que saí do Brasil, elas eram o equivalente a fondant em bolo de casamento - conteúdo mesmo nada, só enfeite). E mesmo assim, ô fast fashion caro. De acordo com meus cálculos, de 40 a 70% mais cara que na fonte, nas terras de Cervantes.
E aí eu acho que bateu no coração. O pensamento antigo de "eu não terei Arezzo mas terei Schutz" não vale mais. Eu não terei Zara mas..... ops? É difícil tomar essa decisão de boicotar uma empresa que é tão parte desse fenômeno blogosférico. E do fenômeno da percepção da moda no Brasil.
Moda, até ontem, era coisa de costureira. Dava dinheiro não... Aliás, ainda não dá (praquelas meninas que acham que glamour = dinheiro já saberem que o "não necessariamente" se aplica aqui mais do que em outras áreas!). Mas era relegado a segundo plano. Nem faculdade de moda existia, gente. Quem queria fazer roupa, que comprasse uma Singer e boa sorte. Aliás, pra muita gente hoje ainda é assim.
E chegamos a isso. Todos calados porque a Zara era o ídolo, o bastião. Perdeu-se o ídolo, perdeu-se o rumo? Acho que não. Na verdade, penso que ídolos são substituídos com o tempo não porque eles, um grande dia, pecam. Nós é que crescemos mais que eles; o famoso *outgrow* inglês que encaixa tão perfeitamente aqui. A gente vê que eles também erram. E aí aquela aura de perfeição cai por terra.
O que a Zara fez pelo Brasil foi grande. Abriu portas e olhares. Nós agora somos grandes consumidores não somente de logomarcas, mas também de tendências. As pessoas em geral estão ficando mais trend-aware. E eu bato palmas e agradeço ao seu Amâncio Ortega por isso. Sem ele e sem seu conglomerado, a gente talvez não estaria onde está. Mas é. Quebrou o encanto. E eu não sei se, como todas as coisas que acontecem no Brasil, vai pro esquecimento. Mas o que achei legal desse episódio todo é como, cada vez mais, estamos vivenciando problemas de primeiro mundo. Discutir de onde vem nossos produtos, estabelecer que depende de cada um tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências delas. Mesmo que ainda sejamos parte de um país onde a impunidade reina, a perspectiva é que a tal "faixa" pra se cruzar pro mundo desenvolvido tá cada vez mais próxima.
Mundo da moda brasileiro "adolescente" aprendendo que seus pais também são humanos. Acho que essa era a frase que eu procurava pra definir a nossa situação. Pois bem, tá aí. Meu único pedido é que a gente não eleja um bezerro de ouro como próximo ídolo e sigamos em frente. Porque errar é humano, mas insistir no erro é burrice.
escrito por querou aquino at 10:53 pm 0 comentários - Comente aqui!
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Wednesday, 17 August 2011
moda vintage diretamente de Estocolmo!
Não, você não leu errado... Nesse momento estou em Estocolmo, capital da Suécia. Como já falei (incontáveis vezes, eu sei...), a vida tem andado atribulada por aqui. O ping-pong de cidades ainda não acabou, as aulas começam dia 19 de setembro (daqui a um mês!) e ainda por cima temos uma obra de apartamento pela frente. 2011 tá provando ser o ano do exercício da paciência, resignação e fé - exercício forçado, mas fazer o que...
Como prometido, estou tentando colocar o blog de volta à rotina, por isso mesmo um post diretamente da Suécia. Ontem foi nosso primeiro dia oficial por aqui (porque não dormimos de domingo para segunda, logo a segunda foi dedicada a recarregar as baterias - infelizmente em coroa Sueca), e logo de cara caímos de para-quedas em uma exposição temporária no museu da Armada Sueca (que fica embaixo do Palácio Real) sobre roupas da realeza do século 20 até agora.
Entitulada "Kunglig Vintage" (Royal Vintage, em sueco), a exposição é um chamado para a conscientização de que produzimos e criamos demasiado lixo por causa de nosso consumo desenfreado de roupas. Foram selecionadas mais de 60 peças da famíla real sueca para demonstrar como uma boa peça "vintage" pode ser super chique hoje em dia. Eu sou mega a favor de vintage, logo a exposição não é muito direcionada a mim. Na verdade, acredito que a imensa maioria dos suecos é a favor do uso de peças vintage, então acho que a exposição é mais uma amostra de como eles, como sociedade, se preocupam com essas coisas e querem que o resto do mundo abrace a idéia.
Sei que no Brasil o vintage é visto como "roupa usada" e muita gente não encostaria em uma - quiçá usar e ser feliz com ela. Mas é um conceito tão bobo... só porque já fomos um país pobre, onde "roupa usada" era sinônimo de "doação", de "pobreza"? Quero ver quem negaria um Chanel doado... ou um dos vestidos da família real sueca!
Abaixo, um montão de fotos que tirei na exposição:
escrito por querou aquino at 11:23 am 1 comentários - Comente aqui!
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Friday, 12 August 2011
newsroll (o primeiro em terras londrinas!): 11/08/11
Pois é... O primeiro oficial diretamente de London, baby (pois é... não vou cansar de falar isso - tá brabo)! A esperança que fica é que o blog retorne ao normal aos pouquinhos. Estamos trabalhando para isso, senhor e senhora. Começo com um newsroll porque tem tanta coisa que eu queria falar a respeito e tão pouco tempo, que vamos assim mesmo.
- Comecemos pelo Look do dia do dia. Não é erro de digitação não. A Nina Ribeiro (@ninaribeiro pra quem curte mais um Twitter) faz uma análise super legal dos tão celebrados looks do dia postados por mil e uma meninas mundo afora. Focando nas "teorias" da moda e do vestir-se, ela diz na lata o que tá estranho, o que não está, fala sobre proporções, mistura de estampas, cores, tudo! Amei o blog, ela é super competente e merece o devido reconhecimento por uma idéia super original na blogosfera e que também pode ajudar muitas pessoas a se vestirem melhor;
- Brasil no centro das notícias da moda mundial e não, não é por causa do sucesso de nossas modelos ou de algum designer. O site Glamurama é citado em diversas publicações internacionais (coloco aqui a Vogue UK) como fonte sobre *o* babado fashionístico desse ano: quem entrará no lugar de John Galliano na maison Dior. Segundo o site de Joyce Pascovitch, fontes muito próximas de Bernard Arnault - o CEO da LVMH, holding que controla a Dior - disseram que a bola da vez é Marc Jacobs! Agora, cabe à cada um pesar os pingos nos i's e acreditar que Joyce tem fonte mais próxima a Arnault que a Vogue Paris ou a WWD...;
- mais uma da Kim Kardashian, dessa vez com suas irmãs. Semana passada eu coloquei um mini-post sobre como Kim resolveu, do nada, processar a Old Navy alegando "roubo de propriedade intelectual". A marca havia usado uma modelo que se parece um pouco com Kim (oi? intelecto tá na pele?). Pra mim, roubo de propriedade intelectual é o que a coleção das irmãs Kardashian para a Sears está fazendo. A WWD (mas eu coloco um link aberto que o Fashionista postou) reporta que uma das bolsas "assinadas" por Kim e suas irmãs é uma réplica idêntica da Trigger Clyde, feita pela marca de Monica Botkier. A marca já enviou à Sears um aviso de que entrará com um processo na justiça. E aí, Kim... como fica a coerência?
- A revista Glamour criou em 2005 uma iniciativa muito interessante: algumas estórias de leitores, publicadas mensalmente na revista, são transformadas em curta-metragens. Já passaram como diretores dos curtas nomes de peso como Demi Moore, Jennifer Aniston, Kirsten Dunst e Gwyneth Paltrow. A próxima leva de curtas serão dirigidos por ninguém menos que Eva Longoria, Zoe Saldana e Olivia Wilde. As atrizes escolheram as estórias que vão dirigir, além de amigos para auxiliar na produção e interpretação dos personagens. Zoe Saldana, a primeira a colocar a mão na massa, escalou Bradley Cooper e Malin Akermann para contracenar a estória de uma menina que era bullied na escola e acabou descobrindo ser autista;
- Gente, e o conselho de acionistas da Ralph Lauren que decidiu mudar o nome da companhia? Agora a marca não se chama mais Polo Ralph Lauren, e sim Ralph Lauren Corp. Mauricinhos e patricinhas ao redor do mundo choram no dia de hoje. RIP Polo, seja feliz onde quer que esteja!;
- Pra você que curte o estilo da série Mad Men: começa a vender hoje nas Bananas Republic ao redor do mundo uma coleção feita com a designer de figurino da série, Jane Bryant (quem quer ver imagens da coleção completa, clica aqui!). E pra quem não tem nenhuma Banana Republic perto de casa, é ficar de olho no Ebay porque é certezinha que muitas peças pintarão por lá...;
- E quem quer ver as fotos oficiais do casamento de Kate Moss? Eu! Eu! Eu! Eu! Eu! A moça conta - e mostra - tudo de seu casamento com o rocker Jamie Hince para a Vogue de setembro;
- Não só isso, como a entrevista de Miss Moss é uma delícia de se ler. Que bom que depois de toda aquela coisa quasi-Amy com o Pete Doherty, Mossy tá feliz da vida e tranquila.
- Não sei se vocês tão sabendo, mas a Target fez uma parceria com a Missoni para lançar uma coleção essa temporada, nos moldes que as tão-famosas da H&M. A Target vem fazendo isso já há um tempo - e com nomes de peso, como Thakoon, Luella, Paul & Joe, entre mil outros - , mas sei lá porque as da H&M ficam mais faladas... nada como uma campanha de marketing massiva, né? A coleção só chega às lojas dia 13 de setembro, mas ontem a marca mostrou um (baita dum) preview para a imprensa. Taí a chance de quem quer colocar um pingo de Missoni nas belezuras da casa; a parte de homeware tá bem legal!
Bom, como eu disse, tô voltando à vida aos poucos. Apartamento foi encontrado - porém reformas serão feitas nos banheiros e na cozinha e a senhoura que vos fala terá que ser a manager do projeto. Nada que eu não curta, mas dá trabalho e as aulas tão quase aí (dia 19 de setembro começa o meu mestrado em Jornalismo de Moda na London College of Fashion - pra quem não tá sabendo...). Mas o apto é muito lindinho, bem com a cara do casal e esperamos que ele fique ainda mais lindo depois das reformas. Mas, por causa disso tudo, ainda viverei em tetos alheios até o final do mês, quiçá até o final de setembro!
Por isso, peço paciência a todas e todos. Aos poucos voltaremos à programação normal - eu prometo!
Em nota aleatória, estou bem (quem é que se preocupa, né... hahaha!), as "revoltas" aqui em Londres foram localizadas em bairros mais "barra pesada" - digamos assim - e pelo que aparenta a polícia agora tá prendendo todo mundo. Até uma menina de 11 anos foi presa. Ou seja, ao contrário do nosso conhecido Brasil, aqui tem punição pra baderneiro-bandido.
E, outra nota aleatória: não sei se todos que passam por aqui conhecem a Mariana Lourenço do Mix and Mary. Ela é minha *coleguinha de escola*! Nos encontramos pela primeira vez no mundo real semana passada, ela é uma fofa e acredito que daremos muitas notícias conjuntas nesse próximo ano e meio. Daqui a duas semanas, por exemplo, iremos na inauguração da H&M dentro da Selfridges!
escrito por querou aquino at 10:15 am 3 comentários - Comente aqui!
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