A top brasileira Adriana Lima deu uma entrevista ao Daily Telegraph contando o que as modelos contratadas para o desfile da Victoria's Secret fazem para ter os corpos mais lindos do mundo - e, pela primeira vez na história, uma modelo aparece falando a verdade sobre dieta! Nada de "meu metabolismo é rápido" ou "eu como de tudo"... Adriana conta que não come nada sólido por nove dias antes do desfile, não bebe água por 12 horas antes do show e faz exercícios duas vezes ao dia por dois meses antes de entrar na passarela. Um pouco extremo - um pouco??? - mas pelo menos ela é sincera. E olha, pra ganhar dois milhões e meio de dólares pra um desfile só, eu também faria isso (e mais um pouco!).
quem quiser ver o show de 2010, vale à pena e está completo aqui!
Brincadeiras à parte, o que curti mesmo foi a honestidade. Chega de palhaçada, né? As pessoas sabem que elas sofrem que nem loucas pra ter esses corpos e é por isso mesmo que ganham os milhões. Não é fácil ser modelo não, apesar do que muita gente pense. Valeu, Adriana! Levanta mais essa bandeira pro Brasil - a da honestidade! Coisa que tá faltando - e muito! - no nosso país e na moda em geral...
Acho que todo mundo se lembra do grande debate do "size zero" de alguns anos atrás. Não sei se ele repercutiu muito no Brasil, mas por aqui foi algo que ficou por semanas em noticiários e jornais.
Demi superposta em Anja Rubik - mera semelhança ou transplante de cabeça?
mais acima: Filippa Hamilton em desfile e na campanha da Ralph Lauren
Na London Fashion Week de outono/ínverno 2010-11 o designer Mark Fast ousou ao colocar modelos "plus-sized" na passarela, especialmente porque seus desenhos são extremamente colados ao corpo e bem reveladores. E, cá entre nós, as "plus-sized" são modelos que vestem tamanho 40/42 brasileiro e tem 1.80m - só pra manter a perspectiva...
modelos "plus-sized" no desfile de Mark Fast de primavera/verão 2010,
onde ele usou pela primeira vez modelos fora dos padrões da indústria
Juntamente com Fast, a V Magazine de janeiro fez a "size issue", onde um editorial com Crystal Renn - a modelo "gordinha" mais famosa do mercado atual - aparece ao lado de Jaquelyn Jablonski, uma das modelos mais magras (e requisitadas) do momento. Nas fotos clicadas por Terry Richardson, Renn e Jablonski vestem as mesmas roupas e fazem as mesmas poses, mostrando que a beleza pode existir em diversos formatos e tamanhos. O que importa mesmo é o tamanho da carteira para poder comprar todas as roupas... hehehe.
anúncio da marca francesa Colette alterado em Photoshop, contra as modelos anoréxicas
Em meio a isso tudo, algo inesperado reacende de vez o debate sobre as modelos "plus-sized" e as "magras demais": a Lane Bryant, famosa marca de roupas e lingerie para "gordinhas" norte-americana, acusa a FOX e a ABC de não veicularem um comercial de lingerie seu alegando que ele mostra um "decote demasiado". O anúncio seria veiculado em comerciais nos programas American Idol e Dancing with the Stars, respectivamente.
O interessante nisso tudo é que ambas as emissoras veicularam, no mesmo dia, um comercial da Victoria's Secret, onde diversas modelos desfilam em lingeries sensuais.
Escrevi isso tudo para eu dizer: será que precisa de todo esse alvoroço SEMPRE? A Lane Bryant é uma marca para gordinhas, logo sua modelo tem que ser maior e, obviamente, ter um busto mais avantajado.
E mais: não seria tão mais fácil que modelos magras mas não anoréxicas fossem utilizadas? Quem já viu Gisele Bundchen ao vivo sabe muito bem que de "curvas" ela não tem nada. A menina é um vara-pau gigante. A justificativa para utilizar as modelos magras é até boa... Infelizmente elas aparecem melhor nas fotos, o trabalho de maquiadores, figurinistas e fotógrafos é reduzido à metade e as roupas caem melhor nelas, já que não existem "pochetinhas" sobrando pra nenhum lado, nem que elas façam muita força e se contorçam todas. E, mesmo assim, Gisele é considerada uma modelo "com curvas", que não serve para passarelas, a não ser que ela vá de biquini ou com quase tudo à mostra. Gisele hoje em dia de calça e casaco, nem pensar!
gisele sem luz nem maquiagem -
magrinha pero no mucho para a indústria da moda
O pessoal do mundo da moda poderia realmente começar a dar uma mãozinha para mudar as coisas. Sim, o trabalho é mais fácil se a modelo for tão larga quanto um Deditos, mas será que vale a pena? Pra mim é querer fazer prova já sabendo as respostas de antemão ou jogar um videogame já tendo visto na internet as dicas pra se chegar ao final. Stylists não tem que pensar no que fica melhor no corpo da modelo, o fotógrafo não tem que pensar no jogo de luz, o maquiador não tem que gastar produto no corpo inteiro e esconder pequenas falhas, os editores não precisam ver tantas fotos para escolher as melhores, os designers gráficos não precisam "photoshopar" tanto. E, principalmente, os designers podem criar o que bem entenderem, porque qualquer coisa pode ser colocada num cabo de vassoura e parecer legal. Não tem emoção nem desafio. É pim, pam, pum, acabou.
todo trabalho que existe por detrás das câmeras de um editorial -
ou de um desfile de moda (na primeira foto)
O corte de gastos pode ser enorme, mas a graça também é cortada. Sei lá, eu gostaria de trabalhar com desafios sempre. Tentar me superar. Vestir alguém de 1.80m, 55 quilos e proporcionalmente "ergonômica" é fácil. Quero ver é fazer uma mulher de 1.65m com 55 quilos e alguns "errinhos de fábrica" se transformar numa diva super sexy só com uma mera troca de roupa. Isso sim que é moda pra mim. O "empowerment" através das roupas, mudar a vida de alguém só por causa de um vestido seu. Fazer com que mulheres se sintam cada vez piores é um desserviço não só à moda, mas à sociedade.
"plus-sized" ou somente normais?
modelos e mulheres convidadas a participar do editorial da Glamour US de agosto de 2009
Tenho que ser sincera... Gisele Bundchen não é minha modelo brasileira favorita. Eu amo de paixão a Raquel Zimmermann e não sei como ela não é chamada de "super". Pra mim ela é mais que super, um mega camaleão que já foi o rosto (e corpo!) de diversas marcas, sem contar as inúmeras aparições em desfiles, muitas vezes abrindo ou fechando o show.
quem você prefere? se você for homem, eu sei que você prefere as duas.
juntas. precisa nem dizer, tá?
Anyway... mas eu tenho que tirar meu chapéu para Gisele neste momento. Não só ela vem deixando de trabalhar como modelo para se dedicar mais a campanhas ambientais como Gisele agora lança sua própria marca de cosméticos com um enfoque no aumento da auto-estima de meninas.
Tudo isso Gisele explica em entrevista exclusiva à Vogue US. Capa da edição de abril (que é a edição especial sobre boa forma), Gisele fala sobre tudo que acontece na sua vida neste momento, inclusive o casamento com Tom Brady e o nascimento de seu filho, Benjamin Rein. É especialmente hilária a parte onde ela explica o processo decisório do nome do filho: "eu queria chamá-lo de River porque eu queria algo que fluisse sempre, imortal. Mas meu marido me disse que não havia chance que ele fosse chamado de River".
Ela também fala sobre como conseguiu fazer o parto numa banheira e como voltou à forma em tão pouco tempo. As fotos, feitas por Patrick Demarchelier na casa de Gisele na Costa Rica são lindas de morrer.