Que a estratégia de marketing deve ser diferente para países do mundo árabe, acho que ninguém vai discordar. Afinal, empresas globais são aquelas que se adaptam aos mercados locais sem perder sua identidade original mas também aceitando as diferenças de visão de seus potenciais clientes. Mesmo que isso signifique Zara a preços de Marc by Marc Jacobs, como é aqui no Brasil... Então fica fácil de entender que uma empresa como a H&M faça imagens de campanha diferentes, para serem veiculadas nos países árabes onde tem lojas. E até aí, tudo muito certo.
a terceira imagem é a que menos incomoda; se ela estivesse sozinha, acho que nem notaria
Mas o fato é que a H&M poderia ter tirado umas fotos extras com Giselão mais coberta, né... Esse Photoshop ficou muito do mal feito e as combinações para cobrir o corpo de Gisele nem ficaram tão bonitas assim. E para quem é do mundo árabe e viaja para o exterior acaba por sentir-se como cidadão de "segunda categoria", já que a emenda nas fotos é bem marromenos. É como se eles não valessem a pena, como mercado, de ter fotos exclusivas e direcionadas ao seu gosto. Estratégia de marketing errônea...
Todo mundo que se considera minimamente brasileiro parou para o Carnaval, inclusive os expatriados - assumo eu! Apesar de não ter sombra de feriado prolongado por aqui e, de quebra, uma Paris Fashion Week rolando solta, resolvi tirar uns dias de descanso. Nada como ver desfiles de escolas de samba, mesmo que às três da manhã daqui e através de uma transmissão de qualidade discutível pela internet... Ouvir um "DEZ! NOTA DEZ!" pra Mangueira - que infelizmente nunca chegou a aparecer (oi, chega de roubatina, Beija-Flor? Grata). Mas feliz por ter tido uns dias de paz.
minha próxima fantasia de Carnaval, caso eu vá para o Brasil nessa época
Infelizmente a paz acabou abruptamente, com o meu corte midi se transformando num carnaval - e não estou utilizando o bom sentido da palavra. Acho que só com uns dois meses de muita reza para o santo do crescimento capilar pra tentar começar a consertar o estrago. Não postarei fotos - porque normalmente nunca as posto, e também quem é que quer ficar mostrando corte horrendo pro mundo ver? - mas posso dizer que tenho um mini-mullet lateral e um cabelo todo em camadas abruptas começando na altura da minha boca e terminando bem em cima do ombro, quando o que eu queria era:
essa perfeição aqui, com uns dois/três dedos a mais.
O que parece é que eu tô com um cabelo de quem o tinha curto e tá desesperadamente deixando crescer sem cortá-lo nem um milímetro. O que, definitivamente, não é o look que alguém DESEJA. Fazer o que... E, pra ser o prego no meu caixão capilar, a Fearne Cotton posta uma foto no Twitter em menos de cinco minutos depois do meu cabelo ser trucidado, com o look que eu queria (só que o meu leva franjão). Vi ainda sentada na cadeira do salão, desesperando internamente com o reflexo no espelho.
Esquecendo os problemas capilares (e rezando desde já para que maio chegue logo com os meus centímetros a mais), vamos às notícias que apareceram nesses últimos dias e ninguém nem tchuns porque Carnaval é vida e o ano só começa agora pra quem é brasileiro. Quem quiser ler mais a respeito, é só clicar nos links!
Primeiramente, a confirmação "ainda não confirmada" de que Ricardo Tisci sairá da Givenchy e entrará no lugar de John Galliano na Dior. Ambas sendo geridas pelo grupo LVMH, a mudança é somente interna e faz algum sentido. Diversas fontes já confirmaram a ida de Tisci, mas a LVMH insiste em dizer que nada foi definido.
o tweet do escritor de moda Derek Blasberg que iniciou todo o disse-me-disse
Falando sobre moda mais palpável: a Urban Outfitters colocou à disposição seu catálogo de primavera/verão 2011 (em pdf), e eu adorei a vibe "estou de férias da escola" do catálogo. Roupas bem desejáveis e imagens gostosas de se ver. E a Vogue UK já fez um grande resumão dos desfiles de outono/inverno que acabaram de acabar - rápidos, né? Algumas coisas são mera galhofa, mas outros itens do "A to Z" da moda que eles montaram devem ser levados em conta, como as peças vermelhas, o contraste de texturas e saias mais longas. Vale a pena ser lido.
E falando sobre resumos das Fashion Weeks, o pessoal da Refinery 29 montou um resumo com os piores looks apresentados nesse último mês frenético de desfiles. É bom pra dar uma risadinha; tem umas coisas que são completamente surreais de estarem em uma passarela - e não no bom sentido! Já o Fashionista montou uma galeria com os looks de diversas fashion icons antes de serem imensamente fotografadas por blogueiros de street style e revistas de moda. Bom pro ego de todo mundo saber que Alexa Chung, Anna dello Russo e outras eram apenas "meninas normais". Todo mundo pode ser style icon, é só se esforçar (e ganhar uns milhõeszinhos pra segurar a conta das compras...).
Anna dello Russo hoje e ontem:
mais gordinha, com menos maquiagem e definitivamente mais "normal"
Pra finalizar, dois artigos que me prendeream a atenção: um sobre a dificuldade que ainda existe para se remover tatuagens e o segundo sobre a volta do permanente. Infelizmente os artigos estão em inglês, mas tTenho vontade de falar sobre esses dois assuntos aqui no blog; só espero ter tempo e experts no assunto para fazer posts a respeito.
O artigo do Fashionista explora a falta de informação sobre a remoção de tatuagens, e fala sobre como muita gente acha que é rápido e simples retirar uma caso "volte atrás". Como podemos ver pelos Egos da vida, o que tem de gente por aí escondendo nomes de ex com outras tatuagens deveria ser informação suficiente pra se perceber que não é tudo tão simples assim.
Já o artigo do New York Times fala sobre a volta do permanente! Quem não se lembra de viver o final dos anos 70 e o início dos 80 - seja porque era muito novo, como eu, ou nem existia ainda! - nem deve saber muito o que é um permanente. Mas ele foi a escova progressiva dessa época, só que com efeito contrário e deixando todo mundo com cara de *poodle de madame*. Dessa vez ele vem mais fraco e com a intenção de deixar todas com cabelos de Gisele, o estilo mais desejado há uns bons dez anos! Imagina acordar com um cabelo assim toda manhã, sem precisar de escova, rolinhos, mousse?
Gisele no Carnaval, mostrando toda a malemolência das madeixas
Esse é um assunto que me interessa bastante, mas como ainda tá recente o meu estrago capilar, deixarei pra escrever sobre isso daqui a algumas semaninhas... Afinal, eu tinha comprimento de Gisele pra fazer um permanente... ai, melhor nem pensar.
E, pra alegrar não só a minha vida - que tá precisando de MUITA alegria pra encarar esse cabelo - como a de todo mundo que volta à trabalhar depois de muito excesso, uma imagem mais que hilária pra melhorar o humor:
Mas, assim como o permanente, você vai precisar de um pouco de cultura dos anos 80 pra apreciar a piada! Bom final de semana pós-ressaca!
Acho que todo mundo se lembra do grande debate do "size zero" de alguns anos atrás. Não sei se ele repercutiu muito no Brasil, mas por aqui foi algo que ficou por semanas em noticiários e jornais.
Demi superposta em Anja Rubik - mera semelhança ou transplante de cabeça?
mais acima: Filippa Hamilton em desfile e na campanha da Ralph Lauren
Na London Fashion Week de outono/ínverno 2010-11 o designer Mark Fast ousou ao colocar modelos "plus-sized" na passarela, especialmente porque seus desenhos são extremamente colados ao corpo e bem reveladores. E, cá entre nós, as "plus-sized" são modelos que vestem tamanho 40/42 brasileiro e tem 1.80m - só pra manter a perspectiva...
modelos "plus-sized" no desfile de Mark Fast de primavera/verão 2010,
onde ele usou pela primeira vez modelos fora dos padrões da indústria
Juntamente com Fast, a V Magazine de janeiro fez a "size issue", onde um editorial com Crystal Renn - a modelo "gordinha" mais famosa do mercado atual - aparece ao lado de Jaquelyn Jablonski, uma das modelos mais magras (e requisitadas) do momento. Nas fotos clicadas por Terry Richardson, Renn e Jablonski vestem as mesmas roupas e fazem as mesmas poses, mostrando que a beleza pode existir em diversos formatos e tamanhos. O que importa mesmo é o tamanho da carteira para poder comprar todas as roupas... hehehe.
anúncio da marca francesa Colette alterado em Photoshop, contra as modelos anoréxicas
Em meio a isso tudo, algo inesperado reacende de vez o debate sobre as modelos "plus-sized" e as "magras demais": a Lane Bryant, famosa marca de roupas e lingerie para "gordinhas" norte-americana, acusa a FOX e a ABC de não veicularem um comercial de lingerie seu alegando que ele mostra um "decote demasiado". O anúncio seria veiculado em comerciais nos programas American Idol e Dancing with the Stars, respectivamente.
O interessante nisso tudo é que ambas as emissoras veicularam, no mesmo dia, um comercial da Victoria's Secret, onde diversas modelos desfilam em lingeries sensuais.
Escrevi isso tudo para eu dizer: será que precisa de todo esse alvoroço SEMPRE? A Lane Bryant é uma marca para gordinhas, logo sua modelo tem que ser maior e, obviamente, ter um busto mais avantajado.
E mais: não seria tão mais fácil que modelos magras mas não anoréxicas fossem utilizadas? Quem já viu Gisele Bundchen ao vivo sabe muito bem que de "curvas" ela não tem nada. A menina é um vara-pau gigante. A justificativa para utilizar as modelos magras é até boa... Infelizmente elas aparecem melhor nas fotos, o trabalho de maquiadores, figurinistas e fotógrafos é reduzido à metade e as roupas caem melhor nelas, já que não existem "pochetinhas" sobrando pra nenhum lado, nem que elas façam muita força e se contorçam todas. E, mesmo assim, Gisele é considerada uma modelo "com curvas", que não serve para passarelas, a não ser que ela vá de biquini ou com quase tudo à mostra. Gisele hoje em dia de calça e casaco, nem pensar!
gisele sem luz nem maquiagem -
magrinha pero no mucho para a indústria da moda
O pessoal do mundo da moda poderia realmente começar a dar uma mãozinha para mudar as coisas. Sim, o trabalho é mais fácil se a modelo for tão larga quanto um Deditos, mas será que vale a pena? Pra mim é querer fazer prova já sabendo as respostas de antemão ou jogar um videogame já tendo visto na internet as dicas pra se chegar ao final. Stylists não tem que pensar no que fica melhor no corpo da modelo, o fotógrafo não tem que pensar no jogo de luz, o maquiador não tem que gastar produto no corpo inteiro e esconder pequenas falhas, os editores não precisam ver tantas fotos para escolher as melhores, os designers gráficos não precisam "photoshopar" tanto. E, principalmente, os designers podem criar o que bem entenderem, porque qualquer coisa pode ser colocada num cabo de vassoura e parecer legal. Não tem emoção nem desafio. É pim, pam, pum, acabou.
todo trabalho que existe por detrás das câmeras de um editorial -
ou de um desfile de moda (na primeira foto)
O corte de gastos pode ser enorme, mas a graça também é cortada. Sei lá, eu gostaria de trabalhar com desafios sempre. Tentar me superar. Vestir alguém de 1.80m, 55 quilos e proporcionalmente "ergonômica" é fácil. Quero ver é fazer uma mulher de 1.65m com 55 quilos e alguns "errinhos de fábrica" se transformar numa diva super sexy só com uma mera troca de roupa. Isso sim que é moda pra mim. O "empowerment" através das roupas, mudar a vida de alguém só por causa de um vestido seu. Fazer com que mulheres se sintam cada vez piores é um desserviço não só à moda, mas à sociedade.
"plus-sized" ou somente normais?
modelos e mulheres convidadas a participar do editorial da Glamour US de agosto de 2009
Tenho que ser sincera... Gisele Bundchen não é minha modelo brasileira favorita. Eu amo de paixão a Raquel Zimmermann e não sei como ela não é chamada de "super". Pra mim ela é mais que super, um mega camaleão que já foi o rosto (e corpo!) de diversas marcas, sem contar as inúmeras aparições em desfiles, muitas vezes abrindo ou fechando o show.
quem você prefere? se você for homem, eu sei que você prefere as duas.
juntas. precisa nem dizer, tá?
Anyway... mas eu tenho que tirar meu chapéu para Gisele neste momento. Não só ela vem deixando de trabalhar como modelo para se dedicar mais a campanhas ambientais como Gisele agora lança sua própria marca de cosméticos com um enfoque no aumento da auto-estima de meninas.
Tudo isso Gisele explica em entrevista exclusiva à Vogue US. Capa da edição de abril (que é a edição especial sobre boa forma), Gisele fala sobre tudo que acontece na sua vida neste momento, inclusive o casamento com Tom Brady e o nascimento de seu filho, Benjamin Rein. É especialmente hilária a parte onde ela explica o processo decisório do nome do filho: "eu queria chamá-lo de River porque eu queria algo que fluisse sempre, imortal. Mas meu marido me disse que não havia chance que ele fosse chamado de River".
Ela também fala sobre como conseguiu fazer o parto numa banheira e como voltou à forma em tão pouco tempo. As fotos, feitas por Patrick Demarchelier na casa de Gisele na Costa Rica são lindas de morrer.