Thursday, 30 September 2010

vestindo Chuck Bass e memórias de Supertramp

Post rapidinho, só para colocar duas coisas que me chamaram a atenção recentemente. A primeira é uma ótima entrevista que o pessoal do Fashionista fez com o figurinista de Gossip Girl, Eric Daman. A reportagem é em inglês mas vale a pena de ser lida do começo ao fim - especialmente se você for fã de Gossip Girl e do estilo apresentado na série. Posso dar um mini-spoiler e dizer quem ele mais gosta de vestir?

"I have to say Chuck Bass is a delight to dress. To create a men’s look based on this Oscar Wilde-inspired dandy and have Ed embody that has been really been a joy. And to see men in bow ties all over the city, it’s been great because I think men need a lot more help dressing than women do and I think a lot of men have stigmas about certain colors and wearing bow ties. I think seeing this millionaire kid in New York running around with all these strippers has made it ok for a guy to run around wearing a bow tie and feel cool".
Não poderia ser melhor dito, Eric. Meninos realmente precisam de "musos" ao se vestir; alguém tem que quebrar essas "leis" que homens devem se vestir sempre iguais aos outros e de forma extremamente monótona. Eu complementaria essa declaração com o blog I am Chuck Bass - também em inglês, mas dá a visão masculina de Gossip Girl em resumos *hilários*. Pena que eles pararam de fazê-lo em 2009! Espero que voltem logo... Chuck Bass: ídolo das meninas e dos meninos!



Chuck Bass: mostrando que a roupa distingue os meninos dos homens


O segundo link é um vídeo do Youtube; um comercial das batatas McCain. Não tem nada a ver com moda porém serve para aquela inspiração boa de cada dia - além de uma estorinha legal sobre a pessoa que vos fala (escreve, né?)... Há algum tempo fiz um pacto com o marido que íamos ver todos os shows de todas as bandas/pessoas que tínhamos vontade de ver e que, por motivos óbvios (leia-se idade e não somente abuso de drogas/álcool), estão cada vez mais perto da aposentadoria e/ou caixão. Com isso já temos no nosso "cinturão" de shows Paul McCartney em Cardiff, e Elton John e Supertramp em Barcelona. Tinha o Michael Jackson em Londres mas... todo mundo sabe onde essa estória acabou.

De toda forma, tem duas semanas que fui ao show do Supertramp aqui em Barcelona. Suas músicas me lembram das manhãs de sábados e/ou domingos onde eu acordava com meus pais cantando e dançando ao arrumar a casa ou fazendo coisas. Supertramp pra mim significa essa época e esses momentos; coisa que eu hoje em dia faço (ouvir música enquanto arrumo a casa) e fico pensando se meus filhos terão esse relacionamento com alguma banda única e exclusivamente por minha causa e pelas memórias que eles terão de mim. Fui ao show pra matar essa vontade de ver ao vivo os caras que evocam essas memórias e, logo depois (tipo uns dois dias), saiu esse comercial na TV inglesa. Não podia ser mais perfeito.




McCain fazendo comerciais para mim...aliás, o que tem a ver esse comercial com batatas, eu não tenho a menor idéia. Mais um motivo para eu ter a minha teoria da conspiração que comerciais ingleses são direcionados exclusivamente para eu chorar.

street style from Barcelona (e no mundo!) by TrendMenu

(English below)

Pessoal, primeiramente queria pedir desculpas pela minha ausência. O trabalho chama e tem horas que não dá pra colocar nada por aqui, nem mesmo um oi. Lá se foram - novamente! - minhas esperanças de querer colocar aqui resumos das tendências das semanas de moda. A quantidade de trabalho envolvido em fazer um post assim é *imeeeeeensaaaaa* e infelizmente esse tempo é o que eu não tenho hoje. Quem sabe, se rolar um interesse, faço depois... vocês que me digam!

No mais, projetinhos especiais para isso tudo aqui. Espero que dessa vez dê certo. Quero dar uma arrumada geral, fazer uma faxina e colocar as coisas do jeito certo por aqui. Pode ser que não faça sentido nenhum a vocês mas em tempo certo tudo fará. Só peço a compreensão de vocês - e muitos votos de fé e esperança! - para esses dias turbulentinhos e sem muita atualização. A intenção é que tudo aqui fique melhor, por isso o trabalho extra.

E, pra não dizer que não fiz nada, coloco aqui uma montagem de street style que fiz. A intenção é trazer o street style pra cá (que hoje está no http://trendmenu.tumblr.com) e atualizá-lo com mais frequência. Além de postar coisas interessantes que vejo por aqui (outro dia viajei para Cardiff e as luminárias da Topshop de lá, feitas de material reciclado, me tiraram do sério! Queria porque queria levar uma pra casa!). Como disse, é uma faxina geral que estou dando e espero que o resultado seja do agrado de vocês.

Assim como a foto desta guapísima chica (si eres la chica de la foto, vea el PS abajo porfa!) que tirei ao ir cortar e dar um trato no meu cabelo.Coloquei os detalhes que gostei em destaque: os sapatos náuticos bicolores em azul marinho e branco, o cinto fininho, as pregas na calça, o lenço, os óculos lindos e, em especial, o broche de madrepérola em formato de folha lindo de morrer! E colocado na calça, de um jeito super despojado - amei!






First I'd like to apologise to everyone for completely disappearing over the past few days. Work has been intense and there isn't enough time to breathe, let alone post something. And the last few posts have only been in Portuguese exactly because the amount of work has been increasing and, although I feel very comfortable writing in English, the blog was primarily focused on the Brazilian market. If I stop posting in Portuguese I'm sure some people will hunt me down and kill me (or at least bitchslap me).

Anyway, i'm still not fully "back"; there is still some work to be done and I'm also planning on improving some things over here. Can't say much right now but I plan on integrating the street style section (which is currently on http://trendmenu.tumblr.com) and sprucing things up a bit. Let's see how everything goes.

In the meantime, to start the street style section, I leave you with this guapísima chica I met while I was leaving the salon. I highlighted the items that caught my eye: her two-toned boat shoes, the pleats on her trousers, the skinny belt, the gorgeous scarf, her awesome glasses and, specially, her breathtaking brooche. The way it was placed on her trousers and the mother-of-pearl leaf shape made me do a double take on her - loved it!


P.S.: Creo que sea colombiana, ¡me olvidé de preguntarte! ¡Perdoname! No queria poner 'española' porque no sé si eres de aqui - y como habia mirado la bandera de colombia en tu bolso, pensé que fuera de Colombia... Incluso ni pregunté tu nombre para que pudiera ponerlo en las fotos... Como te dijo, en los dias que salgo a la calle para sacar fotos nadie lleva algo interesante y en los dias en que hago otras cosas me salen las mejores fotos... Pues, te pido desculpas y si fuera muy amable me lo digas tu nombre que lo pondré en las fotos. Muchas gracias, guapa.

Friday, 24 September 2010

Topshop no Brasil - finalmente!

Estava eu, tem umas duas semanas, navegando pelo novo site da Topshop quando reparei que eles haviam adicionado novos países para entrega internacional. Correndo fui para ver se o Brasil havia sido incluído na listagem - que conta agora com mais de 100 destinos! - e não, necas de Brasil. Fiquei PER-PLE-XA. Da América do Sul o Brasil se junta ao Paraguai, Venezuela, Peru e Equador (o Chile também não tem entregas internacionais mas tem sete lojas no país, então meio que compensa né...). Nada contra esses países, mas pô! Nós somos 190 milhões, (ainda) não temos ditador barato, acredito que há um percentual maior de "antenadas e fashionistas"... qual é a pinimba com a gente, afinal?

Correndo mandei um e-mail para o RP da Topshop que aparece no site da Arcadia (a holding que controla a Topshop) e, qual não é minha surpresa que me responderam hoje dizendo que a marca estaria se estabelecendo no país e, por esse motivo, ainda não colocaram a entrega online para ver como seria o andamento do projeto! Quase caí pra trás mas fiquei com um pé atrás - afinal, eu já havia falado sobre isso por aqui e até agora nem um sinal de fumaça havia sido emitido para mostrar que a Topshop realmente iria abrir suas portas num futuro próximo.


ana carolina atacando de pichadora de cartazes da Topshop!


Isso foi hoje de manhã - por volta das 11am daqui de Barcelona - e agora li no Petiscos da Julia Petit que é verdade mesmo, eles estão entrando no país! Brasileiras amantes de moda, pessoas queridas do meu Brasil, façam uma festa coletiva, saiam pelas ruas, pulem de felicidade, gritem a todos os pulmões. Essa é uma pequena mostra de que sim, o fast fashion internacional está finalmente chegando à terra Brasilis - nós não somos invisíveis (porque eu honestamente cheguei a pensar nisso)!

Falando sobre *business*, acredito que o Brasil não foi incluído na lista de países que o site Topshop.com entrega internacionalmente porque as lojas da marca aqui no Brasil não serão exclusivamente de Phillip Green. O grupo Iguatemi tem participação financeira na entrada da marca no Brasil (Carlos Jereissati havia sido visto jantando com Green por Londres e NY...) e, provavelmente, colocou no contrato algum tipo de cláusula impedindo a entrega. Afinal, se brasileiras (e brasileiros!) comprarem pelo site não entrará dindin na conta do Iguatemi, né?

Além disso, fico com aquela pulga atrás da orelha e penso: será que a Topshop vai dar uma de Zara e Accessorize, e entrar com preços três vezes mais caros que os vendidos por aqui e empurrar as sobras de estoque da estação anterior? Ninguém nunca me contou, não ouvi falar e não li em lugar nenhum - eu vi com meus próprios olhos vestidos sendo vendidos na Zara brasileira por 299 reais quando os vi (e até comprei um) aqui por 29-39 euros.A Topshop aqui em Barcelona tem preços 20-25% mais caros que os do Reino Unido. E minha cunhada, quando morava em Londres, comprou uma bolsa da Accessorize no final da temporada de promoções por 3 libras. A mesma estava sendo vendida na Accessorize brasileira por 129 reais.

Se for pra ser assim, realmente é uma tristeza que dói. Porque a intenção é ser aquela fast fashion gostosa, com uma vibe legal e com preços accessíveis - dar chance a milhares de meninas brasileiras que morrem de vontade de se jogar num universo fashionista mas não tem a grana pra isso. O Brasil é um país CARO pra se viver. Muito caro. E eu espero mesmo que a Topshop venha com a mesma filosofia, e não com a de ser mais uma marca que entra no mercado brasileiro querendo ser high end com produtos de high street.

P.S.: A Ana Cristina perguntou onde serão as lojas e eu respondo: ambas em São Paulo (como sempre!), infelizmente. Dado que o grupo Iguatemi é sócio de Phillip Green nessa empreitada brasileira, ambas as lojas serão abertas em shoppings do grupo em São Paulo. Uma será somente Topshop e a segunda será Topshop e Topman (dedicada aos meninos!) juntas. Acredito que, se ambas forem um sucesso, provavelmente o próximo destino será o Rio, mais precisamente o Barra Shopping, já que faz parte do grupo Iguatemi. Cariocas, *rezemos*!

Thursday, 23 September 2010

tendências da New York Fashion Week

Sim, Milão já começou e eu ainda estou em Nova York... Fazer o que. Acho que não existe uma temporada de fashion week que algo não aconteça e eu tenha que acompanhar tudo meio "nas coxas". Detesto isso. Pelo menos tô conseguindo colocar meus pensamentos em papel online.


Hoje o dia foi corrido então serei econômica nas palavras - mas acho que as montagens dizem tudo. Onde eu tiver que fazer um adendo, farei - combinados?



A vibe anos 70 que todo mundo vem falando - e que não foi captada muito bem pelas anteninhas de Marc Jacobs para a sua coleção principal (mas captou perfeitamente na Marc by!) - é a do "dia-a-dia". Imagine a sua mãe - ou você mesma, se tiver mais de 50 anos - se vestindo para ir ao cinema, trabalhar, sair com os amigos pra tomar um chopp. Ela ia de micro short, plataforma e cabelo com permanente afro? Pois é... E eu curto muuuuuuito as roupas do dia-a-dia dos anos 70. Demais mesmo. Fiquei feliz em ver que ela tá pegando em tudo quanto é lugar.



Interessante que já havia alguns meses que eu vinha desejando uma calça igual a que Diane Keaton usava em Annie Hall. Pode parecer maluquice minha mas eu acho que o inconsciente coletivo modístico sempre joga umas tendêncinhas na nossa cabeça e, voilà, elas aparecem logo depois. Tenho que comentar sobre as pochetes e os cintos de corda com uma simples frase: POR FAVOR, NÃO.



Os que mais me impressionaram foram as franjas usadas como forma de drapeado, dando forma às roupas, os bordados intricados e os cortes em laser - a sua maioria imitando renda.





Claro, claro... tiveram outras cores sim. Mas as que eu mais precebi foram o amarelo, o laranja e o azul royal. Especialmente porque muitos designers usaram essa combinação de cores na sua cartela, o que não é lá uma coisa muito usual e me saltou aos olhos.





A impressão que me dá do brilho jateado é que parece que alguém veio com um colorjet com difusor e jogou em cima. Jenny Packham - apesar de sua coleção nem um pouco coesa e que não gostei muito - fez esses vestidos maravilhosos.






Deu pra ver - como sempre - que a passarela de Nova York é sempre a mais comedida e comercial. Devo dizer que é a que menos gosto (junto com Milão e seu excesso em todos os quesitos) mas teve muita coisa legal que merece uma menção, como os desfiles de:
  • Marc by Marc Jacobs: comercial com uma pegada setentinha, delícia;
  • Elie Tahari: baseada toda no dourado fosco, foi monocromática mas não foi monótona em nenhum momento;
  • Alexandre Herchcovitch: costumo não gostar dele, mas amei a coleção tirando a parte dos pastéis - tava meio que fora do contexto do resto (e eu particularmente detesto pastéis);
  • Dennis Basso: suas roupas bufantes e estruturadas foram milhões de vezes mais bonitas que qualquer Marchesa que aparece por aí (que, aliás, sempre aparece com os *mesmos* bufantes - um saco);
  • 3.1 Phillip Lim: tem um motivo pra ele ser o queridinho das londrinas, é roupa clássica vista pelos olhos de um louco;
  • Karen Walker: me surpreendeu, uma coleção coesa com peças super usáveis, elegantes e com um jeito moderno;
  • Rachel Roy: esse é do meu gosto particular, metade do meu armário é digno de uma "Rachel Roy girl";
  • Alice + Olivia: outra marca amada pelos londrinos e também pelos suecos. E pra onde os suecos vão, eu vou atrás. Tem um look "tough cookie" que eu amo;
  • Suno: essa marca me surpreendeu com seus tecidos étnicos vindos do Quênia, trabalho de comércio justo e look de descoladas nova-iorquinas. Pode apostar que eles vão ser nome grande daqui a pouco;
  • TSE: coleção feita por Jason Wu e dá pra ver sua cara em todas as peças. Se eu tivesse que definir, seria "roupa para as Obama filhas daqui a uns 5-10 anos".
Queria também ouvir de vocês: quem gostaram, quem detestaram, o que vão querer usar no dia-a-dia de vocês?

E o bom de se morar no Brasil é ver essas coleções saindo e tentar já buscar o que tem para vender das coleções de primavera/verão que estão entrando nas prateleiras e fazer com que sua roupa dure não só uma estação! Recomendo muitíssimo a quem gosta mesmo de moda a se jogar, olhar todas as fotos (até dizer chega!) e tentar captar coisas que aparecem em diversos desfiles. Aí é bater perna no shopping e ver se acha algo similar. Eu, por outro lado, tô aqui vendo coleções de verão e me preparando pro frio que me espera... Tá vendo, nem tudo é mal no Brasil!

Wednesday, 22 September 2010

Première Vision e Milano Unica: preços e tendências

Há duas semanas aconteceu a feira textil Milano Unica e semana passada foi a vez da Première Vision, ambas trazendo novidades e materiais para a temporada outono/inverno 2011-12. Enquanto o mercado textil italiano celebra um aumento nas vendas, os profissionais que participaram da Première Vision estão preocupados com o futuro da indústria textil européia.



 o stand central da Première Vision


Tanto na Milano Unica quanto na Première Vision só se falava sobre o possível colapso da indústria e as razões dadas são as seguintes:
  • aumento significativo das matérias-primas: o algodão subiu uma média de 45%, a seda subiu por volta de 30% nos últimos 18 meses e a lã subiu 40% no último ano;
  • a capacidade financeira da China de comprar matérias-primas (e, claro, criar aumentos nos preços e diminuir a oferta internacional);
  • quedas nas colheitas mundiais - as chuvas impactaram fortemente as colheitas na Índia e no Paquistão;
  • as restrições nas exportações impostas pelos governos dos países produtores de matérias-primas, com a intenção de mantê-las para o mercado interno e pressionando o preço no mercado externo;
  • aumento drástico do número de consumidores dado o crescimento da economia mundial nos últimos 20 anos.
O que as pessoas esquecem é que os maiores produtores de matérias-primas texteis são países em desenvolvimento como China, Índia, Brasil, Paquistão, entre outros. E esses mesmos países tem populações enormes e com poder aquisitivo maior, se comparado a 20 anos atrás. Dessa forma a produção interna desses países cada vez mais é absorvida pela demanda interna. Outro grande problema deriva do aumento dos preços das matérias-primas. Com preços mais caros e num clima econômico atual desfavorável, grandes empresas não sabem se repassam o aumento dos custos para seus consumidores ou se terão que "engolir" esse aumento.



inspirações: novos tecidos e trabalhos


Os resultados desse novo ambiente econômico se mostraram nas feiras através de inovações em tecidos, que vão desde a misturas de fios mais baratos até gramaturas menores para tentar baixar os preços. Se por um lado inovações são sempre bem-vindas, por outro lado gramaturas menores envolvem uma certa perda na qualidade dos tecidos. E as misturas também tem seu efeito dominó: se todos passam a usar um tecido que mescla algodão com poliéster, o preço do poliéster tenderá a subir. Ou seja, solução imediata não há e a preocupação de vendedores e compradores da Première Vision e da Milano Unica são muito bem fundadas.


tecidos de camisaria na Milano Unica


Numa nota mais agradável, as tendências expostas na Première Vision e Milano Unica mostram que, apesar do medo envolvido com a parte econômica e financeira da indústria, as cores voltam a ter mais peso no inverno. Infelizmente não posso colocar aqui todas as coisas que vi mas dá pra dizer que as cores definitivamente são mais alegrinhas!

lookbook love: Branchée coleção 6

Fui convidada faz quase um mês para conhecer a nova coleção da Branchée, marca do Rio que fica em Ipanema. Infelizmente a distância não me permitiu comparecer - juro que quando estiver milionária essas viagens Barcelona-Rio vão acontecer no mínimo seis vezes ao ano! - mas quando recebi as fotos do lookbook, simplesmente adorei.

Elas - Carol, Mirta e Camila - começaram em 2008 mas já dá pra ver que a marca estabelece um diferencial super legal. A intenção é não lançar coleções em datas pré-estabelecidas (as famosas "primavera/verão" e "outono/inverno") e criar através de inspirações, coisas que elas vêem, materiais que elas encontram, técnicas novas que aprendem. Essa forma de trabalhar também dá liberdade para as clientes e, como elas mesmas dizem em seu site, oferece a possibilidade de "novos serviços como roupas de festas, sob medida e peças da coleção em outros tecidos" para suas compradoras.

Num mercado carioca - e brasileiro, convenhamos - onde tudo é um absurdo de caro e todo mundo se veste de forma completamente igual, a Branchée é uma solução bem interessante e agradável. Adorei o conceito e estou doida pra visitar o ateliê delas quando for ao Rio. E um PS muito importante: elas fazem vestidos de noiva sob medida - bom para aquelas que estão à procura de uma costureira e não encontram ninguém que entenda seus desejos mais "vanguardistas"... falo por experiência própria!










Quanto ao lookbook, sou suspeita para emitir uma opinião porque A-DO-RO roupas com um jeito meio vintage (isso quando não for vintage de verdade!), um ar retrô... em especial se for aquela transição dos anos 50 para os 60. E essa coleção evoca exatamente essa época, que pra mim tem um jeito super charmoso e feminino de se vestir. Estou literalmente contando os dias para chegar no Rio e poder ver as peças ao vivo e contar pra vocês. De toda forma, recomendo a quem também gostou que visite o site da marca e entre em contato com as meninas; elas são uma simpatia!

Tuesday, 21 September 2010

London Fashion Week: Erdem

(English below)

Desde que Luella Bartley perdeu seus patrocinadores, meu coração pertence unicamente a Erdem Moralioglu. Há tempos que eu desejo fazer um post sobre Luella - meu primeiro e grande amor na moda - e também já tem um tempinho que desejo escrever sobre Erdem. Dado que a London Fashion Week já está quase ao final e Erdem acabou de desfilar sua coleção de primavera/verão, faço desse post um primeiro sobre Erdem.

Queria mostrar a evolução do designer, suas coleções e influências, falar sobre como ele me envolveu. Mas como eu (ainda!) tenho a pretensão de fazer um resumo da London Fashion Week e ainda falar sobre o final da NY fashion week, esse tema ficará para outro post que virá depois desse turbilhão de informações que as fashion weeks trazem. Por enquanto só colocarei a coleção de primavera/verão 2011 completa de Erdem, além de minhas humildes palavras de amor e carinho ao designer. Porque se tem alguém que poderia preencher meu armário por completo e eu nunca ficaria infeliz, hoje seria Erdem Moralioglu.

A coleção foi inspirada pelo acesso irrestrito que Erdem teve à exposição "Diaghilev and the Golden Age of the Ballets Russes, 1909-1929", curado por sua amiga Jane Pritchard e que será exibido pelo Victoria & Albert Museum. A descrição da imagem principal que ficou em sua cabeça foi de dezenas de figurinos cobertos por calicos, com partes dos figurinos sendo expostos.

Amei a coleção inteira; não tem uma peça que eu não usaria feliz - como sempre! Os cabelos evocam bailarinas cansadas de tanto treinar, com coques meio desfeitos, a maquiagem é a "não-maquiagem" e os sapatos lembram sapatilhas com suas fitas enroladas pelas pernas. As rendas, transparências e cortes lembram figurinos de ballet, e as estampas e bordados mostram uma visão diferente do que já estamos acostumados a ver sobre "inspiração russa". Tudo leve, novo, alegre e renovador. E particularmente me impressiona a capacidade de Erdem ao criar, temporada pós temporada, uma visão completamente distinta da temática "florais". Simplesmente espetacular.
































Ever since Luella Bartley lost her backers my heart belongs to Erdem Moralioglu. I've been wanting to do a post on Luella for a while, as well as Erdem. Both of them move me in a way I simply cannot describe. Since London Fashion Week is more than halfway through and Erdem has just showed his spring/summer 2011 collection, I've decided to make a post just about him instead of a summary of London Fashion Week. I still have hopes on doing a final summary from NY fashion week and also one for London, but I've been reaaaaally busy.


Erdem's s/s 11 collection was inspired by his unrestricted access to the Diaghilev and the Golden Age of the Ballets Russes, 1909-1929' exhibition (which will be shown at the Victoria & Albert museum), curated by his friend Jane Pritchard. He said the image that was stuck in his head was of rows of costumes all covered by calicos with part of some costumes peeping out. 


I just loved everything; there isn't a single item I wouldn't use - something that's quite rare in a catwalk show yet Erdem usually brings that out in me. The hair of the the models evoke a tired ballerina after a hard day at training, with hair in messy buns, the make-up is a "no-make-up" one. The laces, transparencies and cuts remind me of ballet costumes, and the prints and embroidery show a different view on the "russian" take. Everything expressed this lightness, cheerfulness and a sense that all was new to the catwalk. And it really impress me Erdem's hability to create, season after season, a complete distinct view of the "floral" theme. Simply spectacular.

Monday, 20 September 2010

modelo transexual brasileira estrela da Givenchy

Essa notícia é velha mas só agora que tive tempo de ler minha Grazia e dar de cara com ela. Lea T. é a musa e uma das faces (e corpo!) da campanha outono-inverno da Givenchy. Até aí nada né... dezenas de modelos brasileiras são estrelas de campanhas de marcas famosas todas as estações. A grande diferença é que Lea T. nasceu Leandro Cerezo, filho do jogador de futebol Toninho Cerezo.


Toninho Cerezo na seleção brasileira de 1982 - terceiro da esquerda para a direita na fileira inferior


Lea T.


Meu marido me falou que saiu uma pequena notícia no Globo online a umas duas semanas que enfocava somente no fato de que Lea era o filho transexual de Toninho e que havia virado modelo, aparecendo em revistas - isso sem contar a foto da Vogue Paris cortada com o intuito de não mostrar o início da genitália masculina de Lea. Pelo teor (e pelo mini-tamanho) da notícia dá pra ver como o assunto é ainda extremamente delicado na cultura brasileira e como ainda há um preconceito absurdo contra os transexuais.


a foto da Vogue Paris que o Globo online estrategicamente cortou para não mostrar parte da genitália de Lea


A reportagem da Grazia tem um enfoque muito mais voltado à estória de Lea T. e como ela se tornou a musa da coleção de Ricardo Tisci. Nela Lea descreve como foi difícil descobrir que era transexual e como Ricardo - na época um designer ainda desconhecido - a incentivou a ir a uma festa de salto alto e com as sombrancelhas um pouco descoloridas. Depois disso ela finalmente conseguiu entender mais sobre sua sexualidade e, com a ajuda de Ricardo (e outros amigos, claro), foi se transformando aos poucos em Lea T.


Lea na campanha da Givenchy (ela é a segunda da direita para a esquerda)


Ricardo havia contratado Lea como sua assistente pessoal e esse contato constante mostrou a Tisci que Lea era "muito feminina - super frágil, muito aristocrática; uma verdadeira deusa". Assim, Tisci usava Lea para ser sua modelo de provas e, com a decisão de fazer a coleção de outono-inverno 2010-11 baseada na androginia, pediu que Lea fosse sua musa e modelo da coleção. Depois do lançamento da coleção Lea apareceu na Vogue Paris nua, cobrindo parcialmente sua genitália com a mão e deu entrevista a Vanity Fair italiana falando sobre as dificuldades que teve para se descobrir, para que sua família aceitasse sua decisão e o preconceito que sofre todos os dias.


Lea: uma das reportagens principais da Vanity Fair italiana


dá ou não dá pra ver que Ricardo Tisci está mais do que certo ao dizer que Lea é super feminina?


Lea vive na Itália desde criança - se mudou para lá quando seu pai foi contratado para jogar pelo Roma - e estuda veterinária. Já tomou diversas séries de hormônios que transformaram seu corpo, dando uma silhueta mais feminina, e pretende fazer a cirurgia genital assim que a parte burocrática esteja resolvida. Como toda "boa" burocracia, a italiana é um primor de lentidão. E dá pra imaginar quanto tempo deve demorar para que uma pessoa consiga passar de sexo masculino para o feminino no papel...


foto de Lea na reportagem da Vanity Fair


Mas acredito que o mais importante dessa estória toda é saber a dificuldade que uma pessoa passa somente para ser feliz. Lea aparentemente não tem apoio familiar (como se pode ler na ótima matéria do Guardian sobre a entrevista da Vanity Fair) e sofre com os efeitos da transformação (os hormônios tem efeitos colaterais fortíssimos). É muito triste pensar que ainda estamos presos a conceitos que fazem com que milhares (se não forem milhões!) de pessoas sejam infelizes diariamente. Sejam gays, lésbicas, transexuais, gordinhos, magrinhos, baixos, altos, negros, brancos, asiáticos, sempre achamos uma forma de colocarmos pessoas em "rótulos" e julgarmos sem ao menos darmos uma chance para que essas pessoas possam mostrar quem realmente são.


Ricardo Tisci e suas "musas": foto para a W magazine (Lea é a modelo central)


Olhando para as fotos de Lea claramente dá pra ver que ela é uma mulher. Esqueça beleza ou gosto pessoal, as imagens passam a feminilidade e a fragilidade clássicas de uma mulher - e que Ricardo Tisci descreveu ao falar de Lea. O triste é saber que a maioria das pessoas ainda preferiria lidar com um Leandro "feminino" mas com namorada e infeliz, do que com Lea T., supermodelo e estrela da campanha da Givenchy. Mas, como ela mesma disse, "prefiro tentar ser feliz do que saber que vou ter que viver minha vida inteira infeliz". Bom pra ela.

sorteio e notícias

A ganhadora do sorteio do Facebook não se pronunciou e, por isso, refiz o sorteio. E a ganhadora foi Rosana Krisgue!




Essa era a primeira notícia. A segunda é que, como sempre, todo mês de fashion week chegam projetinhos que me fazem não poder acompanhar - e também escrever por aqui - tudo o que eu queria. Peço milhões de desculpas a vocês por essa falta de comunicação nos últimos dias e aviso desde já que nos dias que virão também estarei meio ausente. Espero que todos entendam que nem sempre posso fazer tudo que queria! E podem ter certeza que escrever aqui é uma das coisas que mais quero - terapêutico, apesar do trabalho imenso - mas nem sempre dá.

Assim que tiver mais calma aviso que a enxurrada de posts voltará ao normal!

Thursday, 16 September 2010

Resultado do sorteio no Facebook!

Aviso aos navegantes: o sorteio dos seguidores da Trend Menu pelo Facebook aconteceu e a vencedora foi Sabrina Petry!




Pra quem quiser participar do próximo é só seguir a Trend Menu pelo Facebook. Próximo sorteio por lá? Essas belezinhas aqui:



Além de outras surpresinhas...

Wednesday, 15 September 2010

resultado do sorteio!

Com um dia de atraso, mas... vamos ao sorteio!



e o ganhador é.....



Bia Lemos!


Bia, você tem até sábado 11am horário de Brasília para entrar em contato comigo (através de comentário ou e-mail) para que eu possa pegar seus dados para envio. Senão, re-sorteio, ok?

Vale lembrar que hoje à noite fecho o sorteio do Facebook - você já nos segue por lá? Senão, é só seguir e já estará automaticamente participando do sorteio.

video: Marc Jacobs spring/summer 2011

(English below)

Todo mundo já sabe que Marc Jacobs desfilou sua coleção de primavera/verão 2011 na segunda à noite, então não vou entrar muito em detalhes, explicações, análises. Tá tudo por aí na internet... mas tenho que dar a minha humilde opinião. Eu sei que os anos 70 são uma grande influência nesse momento; ela é sutil, mas é uma influência. As calças estilo pantalona, as blusas com laços, as transparências, os tecidos fluidos... mas é tudo muito mais uma vibe Yves Saint Laurent/Annie Hall que Taxi Driver/Sonia Rykiel/Studio 54. E Jacobs resolveu apostar na segunda combinação ao invés da primeira.




Honestamente eu não sei dizer porque não gostei... mas não gostei não. Aliás, não gostei mesmo. Talvez eu ainda esteja esperando por algumas temporadas de minimalismo para me enjoar e querer algo mais colorido, ostentoso e, bom...., com cara "oficial" de anos 70. De toda forma dá pra ver que a coleção de Jacobs foi super comercial, ele pega um nicho de pessoas que não vão querer usar somente branco na próxima temporada - porque, Jesus, só dá branco nas passarelas - e essa vibe retrô anos 70 sempre tem um público-alvo. Muitos vestidos são usáveis do jeito que estão nas passarelas, as pantalonas definitivamente vão ser um sucesso de vendas e os shorts e blusas podem ser combinados com peças menos coloridas de outros designers. Ou seja: mais uma vez, Marc não dá ponto sem nó e faz o que tem que ser feito, uma coleção que voará das prateleiras.

Abaixo o vídeo com o desfile completo de Marc Jacobs (e para fotos, inclusive de detalhes, eu sugiro o The Cut):




Everyone already knows that Marc Jacobs runway show was on Monday night so I'm not going to go into details, analysis or major explanations. There's already enough of that around the internet. Instead i'm just gonna give my humble opinion about the show. I know the 70s influence has been here for a couple of seasons already - it's subtle but it's there, through the wide leg trousers, the billowing blouses, the transparencies, the fluid fabrics... but it's all been a Yves Saint Laurent/Annie Hall sort of deal instead of a Taxi Driver/Sonia Rykiel/Studio 54 one. And Jacobs decided to get his influence from the latter one.


Honestly I can't say I liked it. Inf fact I have to say I didn't like it at all. Maybe I still have a couple of seasons of minimalism on me to get anxious for something more colourful, flamboyant and, well...., clearly retro-70s inspired. But I can say that Jacobs' collection is definitely sellable. There are always people who love the 70s retro vibe and several pieces, when sold separately, can be worn with pieces from other designers to make the white-a-thon from the other catwalks more cheerful and summery. The wide-leg trousers will definitely be a sell-out and several of the dresses could be worn straight from the catwalk. So, all and all, Jacobs did what he does best: a collection that will fly off shelves. Congrats to him.


There's a video for the full runway show above!


P.S.: For full coverage of Marc Jacobs' runway - pics, details, front row pics and everything else - I suggest The Cut's coverage.

Tuesday, 14 September 2010

a volta triunfante de Tom Ford / Tom Ford's triumphant return

(English below)

Tom Ford não fazia uma coleção feminina desde 2004 - e tenho que deduzir que seu retorno foi muito bem pensado. O desfile de sua coleção de primavera/verão 2011 foi ultra-fechado, destinado somente a compradores e membros da mídia importantes. Aparentemente todos foram convidados por telefone, sem direito de levar assistentes e/ou acompanhantes, e deveriam assinar um contrato de confidencialidade acordando em não tirar fotos ou filmar a apresentação. O resultado foi um desfile íntimo (com menos de 100 pessoas na platéia!), com Tom chamando pelo nome cada modelo para entrar no salão de sua loja na Madison Avenue e explicando nos mínimos detalhes cada peça que criou.


 a porta da loja de Ford na Madison Av. - preparada para o desfile
Ford's store at Madison Av. - ready for the show


Mas a estória não fica por aí - na realidade, ela só melhora. Suas modelos foram mulheres pelas quais Tom se sente inspirado, e desfilaram para o designer ninguém menos que Beyoncé, Julianne Moore, Rita Wilson (mulher de Tom Hanks), Rachel Feinstein (pintora), Daphne Guinness (socialite e colecionadora de couture),  Julia Restoin-Roitfeld (filha de Carinne, a editora-chefe da Vogue Paris), Karen Elson (modelo, cantora e esposa de Jack White do White Stripes), Marisa Berenson (modelo e atriz), Lauren Hutton (modelo e atriz), Lisa Eisner (artista), Emmanuelle Seigner (atriz francesa), Farida Khelfa (atriz francesa), Lou Doillon (modelo e filha de Jane Birkin), assim como diversas super modelos de diversas eras como Joan Smalls, Liya Kebede, Amber Valletta, Daria Werbowy, Chanel Iman, Anja Rubik, Abbey Lee Kershaw, Freja Beha Erichsen e Stella Tennant. O queixo de quem estava presente desabava a cada nova mulher que entrava no salão.


as "modelos" de Ford - uma das fotos vazadas
Ford's "models" - one of the leaked pictures


A entrevista que Ford deu à WWD (acredito que seja somente para assinantes - há um extrato da entrevista aqui) explica as razões para todo esse "segredo" ao redor das roupas, além de como e porque Tom voltou à moda feminina. É uma entrevista fenomenal, com Ford dando uma explicação ótima, um pouco até óbvia e extremamente sensata para todo o "merchan": ele sente que as mulheres "normais" precisam voltar a se sentir especiais. Primeiro desenhou para mulheres de todos os tamanhos e idade - vide Beyoncé e Lauren Hutton na passarela - e não quer que suas roupas sejam divulgadas porque essas roupas só chegarão às lojas em janeiro. Parece estranha essa afirmação ao ouví-la, mas a explicação de Tom faz todo sentido: nesse período (do desfile às lojas) milhares de fotos são divulgadas na internet, cópias já são feitas por cadeias de fast fashion, diversas celebridades saem com as roupas em eventos e red carpets e o consumidor final fica com a sobra. Ele não tem mais emoção ao comprar, já está de saco cheio ao ver aquela roupa.


Tom Ford: depois de anos fora do mercado, o retorno triunfante com a coleção masculina - ainda falta ver a feminina
Tom Ford: years away from fashion, he comes back with a triumphant return on menswear - now all we have to see is how will womenswear be


Achei o pensamento interessantíssmo e válido - e, claro, o furor por todo esse "segredo" cria um marketing fenomenal. Já existem diversos rumores pela blogosfera, além de fotos tiradas com celulares por editores de moda não tão éticos assim... O resultado final é que a volta de Tom Ford causou o barulho necessário e, definitivamente, pode ser considerada triunfante.


os porteiros do desfile de Tom Ford - não, eles não são modelos!!!  
the ushers and doormen to Tom Ford's show - nope, they're not models!


Tom Ford hasn't done a womenswear collection since 2004 - and it seems his return was very well thought out. His show was actually a very intimate affair, with just a handful of powerful buyers and media players and with a jaw-dropping line of "models". They were all women Ford considered influences in his collection, and present were Beyoncé, Julianne Moore, Rita Wilson, Rachel Feinstein, Daphne Guinness, Julia Restoin-Roitfeld, Karen Elson, Marisa Berenson, Lauren Hutton, Lisa Eisner, Emmanuelle Seigner, Farida Khelfa, Lou Doillon, as well as several super models like Joan Smalls, Liya Kebede, Amber Valletta, Daria Werbowy, Chanel Iman, Anja Rubik, Abbey Lee Kershaw, Freja Beha Erichsen and Stella Tennant. 


Tom Ford ao fundo e Daphne Guinness à frente: uma foto "ilegal" do show feita por um celular
Daphne Guinness with Tom Ford in the back: a illegal mobile phone image from the show


Tom narrated his runway, talking in detail about each garnment and the collection as a whole, as people were trying to breathe and see if they were still alive. Ford's interview for WWD is superb and he explains why he wanted to make secrecy about his designs, why he chose to make a collection inspired in so many different women and how he decided to come back to womenswear. It's worth reading - a good extract can be found here if you don't subscribe to WWD.


Beyoncé no desfile de Tom Ford: outra imagem "ilegal"
Beyoncé at Tom Ford's show: another "illegal" image


Apart from all the secrecy, possible marketing stunt and a star-sttuded runway, there is one thing we can be sure of: Tom Ford's comeback is definitely triumphant.


Derek Blasberg e Daria Werbowy antes de entrar no show
Derek Blasberg and Daria Werbowy before the show


Photo sources: Hanneli Mustaparta & Fashionista.

 
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