Mais um post sem fotos (essas achei pela internet mesmo) porque a internet daqui, apesar de ser "banda larga" não aguenta fazer upload das fotos que tirei - assim como todas as outras que encontrei, impressionante... Mas, aquela coisa. Já nem prometo mais... se encontrar uma digna no meio do caminho, me jogarei de corpo e alma, e o post será só de fotos!
visão do Lago, com o centro antigo de Genebra abaixo
Estou mais que positivamente impressionada com Genebra! Sei lá, são aquelas coisas de sempre né... Nossos pré-conceitos, nossas concepções completamente distorcidas do mundo... Sempre pensei na Suiça como aquele lugar über-plácido, com vaquinhas pastando e relógios fazendo o tic-tac como música de fundo para pessoas super certinhas levarem suas vidas ordeiras e corretas. Não poderia estar mais enganada.
Primeiro - e, para não dizer que não falei de moda: como as pessoas se vestem bem por aqui! Sim, é verão e há hordas de alemães, franceses e outros turistas com aquelas *piores roupas do mundo* de sempre... mas vê-se que os suíços (ou pelo menos os de Genebra) prezam pelas roupas que vestem. Se eu tivesse que escolher alguém para representar a forma como a mulher de Genebra se veste, ela seria um mix entre Olivia Palermo e Carinne Restoin-Roitfeld. É um estilo muito clássico mas com peças que tem o seu "quê" de vanguarda; que prezam muito mais pelo tecido, pelo corte e pelo caimento que pela "tendência" pura e simples. Como existem muitas instituições financeiras por aqui, além das inúmeras organizações internacionais, acredito que muitas das mulheres que vi pelas ruas estavam em suas roupas de trabalho. Mas dava pra ver que mesmo passeando, muitas delas tinham uma elegância clássica exalando pelos poros. Mesmo num calor de 31 graus - que eu imagino que seja o equivalente a um 45 carioca para eles - elas mantiveram a elegância e continuaram impecáveis ao longo do dia.
Além disso há que falar sobre a multitude de lojas de grandes marcas, relojoarias e joalherias espalhadas pelo centro da cidade. Só nos cinco minutos que fiquei admirando uma sandália Hermès, três senhoras saíram com sacolas abarrotadas de lenços, artigos de couro e algumas roupas. A sensação que se tem em Genebra é de riqueza profunda e abundante ecoando pelos quatro cantos. Inúmeros grupos de mulheres árabes cheias de sacolas, turistas russos e chineses gastando seus novos milhões em peças de gosto mais que duvidoso, pessoas com cara de "bem-nutridas" e "saudáveis" nadando pelo lago ou navegando em seus barcos. Quando se vai para a parte mais externa da cidade é que se vê os exilados africanos e asiáticos, os imigrantes ilegais de todos os cantos, os "invisíveis". Como em toda metrópole européia eles estão presentes em pencas e dá aquele aperto no coração de ver que a desgraça tá ali, juntinha do esplendoroso. Mas pelo menos eles não estão sendo mortos, estuprados ou escravizados né...
E quanto à vida pacata e ordeira dos suíços? Bom, posso até tentar colocar a culpa nas férias de verão, ou mesmo na curta estadia do passeio, mas os suíços não tem NADA de pacatos. Eles dirigem que nem os brasileiros - são muito peritos mas extremamente imprudentes. E andam que nem loucos, buzinando pra qualquer um que estiver no caminho. Placa da Espanha então, deve ter prêmio pra dar uma fechada ou direcionar um palavrão (não sei se já mencionei aqui, mas os catalães dirigem muuuuuuuuuuuuuito mal. Mesmo. Demais da conta.). E a vida noturna me pareceu empolgadíssima! Tudo bem que agora são 11 da noite e eu estou no hotel; mas estou de férias com meu marido e minha sogra, então não é o tipo de viagem em que vou para "a night". Mas, ao sair do restaurante e vir para o hotel me deparei com hordas de jovens seguindo para as boates e bares que circundam o lago. Além disso, hoje havia apresentação da Unidos de Genebra. Pois é, aonde eu vou "as raízes" me perseguem. Samba (que não tinha nada de samba, já que ouvi ao longe um Jorge Ben sendo tocado) nos Alpes. Para não fazer um post completo sobre estereótipos, me abstenho de comentários.
o bar do Hotel Kempinski, com vista panorâmica para o Lago
Tenho que mencionar a situação triste do asfalto da cidade. Enquanto as estradas são verdadeiros tapetes, o asfalto de Genebra mais me lembra o do Rio. É uma buraqueira digna de enchente carioca - e nem vale dizer que aqui tem neve porque as estradas são perfeitas... deve ser a ONU que não paga os impostos! Piadinha infame, eu sei.
Algumas pessoas - homens e mulheres - me saltaram aos olhos por seu jeito mais "indie" e descolado; uma coisa mais *The Kooples* de ser. Como sou chegada nesse estilinho, fiquei toda "saidinha", já querendo achar o local onde essa gangue se escondia. Pena que vou embora amanhã, então essa 'pressa" dificulta descobertas maiores. Mas já sei que Genebra é cidade a se voltar. Definitivamente.
2 comentários - Comente aqui!:
oi, por acaso entrei no teu blog e cai direto nessa página de Genebra. Bom, em partes vc está certa, mas em outras eu tenho que discordar. Primeiramente, Genebra é uma cidade que não se encontram muitos suiços nativos. Meu marido é um dos poucos. Quando se anda na rua, ou em qualquer parte da cidade, encontram-se turistas ou pessoas que vieram trabalhar, estudar ou apenas morar aqui. E o trânsito da cidade é totalmente diferente da baderna que é o Rio. As pessoas são bem civilizadas e qndo não são, com certeza são franceses sem educação ou turistas de outros países quem não entendem as leis de trânsito que são seguidas no país, enfim, vale se certifiar melhor de um lugar antes de tomar devidas conclusões.
Carolina,
as placas dos carros eram definitivamente da Suíça. Se dentro dos carros estão franceses ou pessoas de outros países, elas moram na Suíça, pagam seus impostos na Suíça e definitivamente seguem as leis de trânsito da Suiça. Por isso, ao meu ver, são suiços. Da mesma forma que eu me considero brasileira porém sei que represento a Catalunya onde quer que eu vá com o meu carro. Quem vê de fora vê o símbolo da Espanha, não do Brasil.
Que o Rio tem uma baderna de trânsito isso ninguém nega. E, como eu disse, eles são peritos porém imprudentes. As pessoas não dirigem mal e não disse em nenhum momento que não são civilizadas - muito pelo contrário, aliás.
Porém são extremamente imprudentes sim já que, no que concerne velocidade e paciência no trânsito, eles não tem nenhuma. Eu, quando vejo placas de carro de Goiás, Mato Grosso, Amazonas no Rio tenho mais paciência porque sei que a pessoa não tem obrigação de saber todas as ruas de cor e onde tem que entrar. Isso é direção defensiva - coisa que os Suíços definitivamente não tem.
E o "tomar devidas conclusões" é algo bem pessoal, não? Afinal eu sou carioca e não sou fã de morar em Barcelona - coisa que, num ceteris paribus, todo mundo assume. Deve ter gente que deve dirigir na Suíça e achar tranquilo, outras não. A impressão que fica é a impressão colhida pela pessoa, não é "o que os outros falam". Eu teria conclusões erradas caso não tivesse nunca visitado e saísse falando por aí que suiço é "ruim de roda" (o que eu não acho, vale deixar claro).
Você pode me dizer o contrário - como disse no seu comentário - e eu posso ficar na dúvida se o que vi nos 4 dias que fiquei por aí foram uma "experiência atípica" ou não. Acho que é assim que as coisas funcionam mas, de toda forma, dizer que minha experiência não é válida como opinião é simplesmente ignorar o fato de que sim, eu passei 4 dias aí e sim, essas coisas aconteceram.
A verdade é que cada um tem a sua visão de mundo, cria suas percepções. Tem gente que odeia viver em Londres, coisa que eu amo. Tem gente que ama viver em Barcelona, coisa que eu não aprecio.
E o mais importante: acho que um blog coloca no ar as opiniões de seu escritor. Se elas são as minhas opiniões, elas não tem que estar "certas ou erradas". O termo opinião vem disso. se a sua difere da minha, você tem todo o direito, da mesma forma que eu tenho de exprimir as minhas.
Acho que, honestamente, não vale a pena fazer comentários pouco polidos num blog... é pura perda de tempo.
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