Monday, 5 July 2010

Couture, Isabella Blow & Daphne Guinness

Os desfiles de Haute Couture começaram hoje!!! Ainda não vi as fotos, mas deve ser a maravilha de sempre. Eu entendo que Couture não agrada a maioria das pessoas porque são desfiles em que as roupas não se traduzem à realidade como aparecem nas passarelas. Mas isso mesmo é o que eu acho mais legal: couture é fantasia, é aquela coisa bem Moulin Rouge / Broadway / Hollywood / sonhos / livros / imaginação. Os designers fazem couture única e exclusivamente para mostrar seu potencial, o que eles podem fazer para uma cliente entre quatro paredes. E os resultados são cada vez mais espetaculares. Estou avidamente esperando pelo desfile da Dior - Galliano, pra mim, é o mestre do Couture e acho que seria o maior presente que alguém poderia me dar ver um desfile dele.


Galliano e algumas de suas criações ao longo dos anos pela Dior Couture


No mais, couture sempre me lembra Daphne Guinness, e isso me faz lembrar que a moçoila comprou a coleção completa de Isabella Blow que ia à leilão em setembro. Pra quem não conhece nenhuma das citadas, explico melhor: Daphne Guinness é herdeira do grupo Guinness (sim, aquele da cerveja preta irlandesa), über-milionária, artista, jornalista, style icon e uma das mais famosas colecionadoras de couture. E Isabella Blow era uma das figuras mais influentes do mundo da moda recente. Trabalhou como assistente de Anna Wintour e Andre Leon Talley, e foi ela quem descobriu talentos como o designer Alexander McQueen e as modelos Stella Tennant e Sophie Dahl.


Daphne Guinness, sua beleza exótica e estilo de igual medida


Isabella se matou em 2007 e sua coleção de couture, chapéus e retratos dela tirados por Mario Testino e Karl Lagerfeld iria à leilão pela Christie's. Contudo, Daphne Guinness há mais ou menos três semanas atrás colocou um lance secreto por toda a coleção. Ela depois disse à jornalistas que havia comprado a coleção e que a separação das peças - ao serem adquiridas por compradores diversos no leilão - seria exatamente o oposto que Isabella gostaria, pelo esforço e dedicação que ela teve ao colecionar as peças. Daphne era uma das grandes amigas de Isabella e com certeza também entra o fator emocional na estória toda.


Isabella e seus chapéus, pelos quais era famosa


Independente da estória toda, é bom saber que que ainda há gente que coleciona couture e dá importância a isso. A imensa maioria das pessoas pode dizer que isso é algo extremamente fútil e "coisa de milionário". Com o segundo eu mais que concordo, afinal uma peça não sai por menos que umas dezenas de milhares de dólares. Mas couture equivale a comprar quadros, casas ou carros. Existe toda uma arte por detrás das peças e, da mesma forma que se admira uma pintura se pode admirar uma peça de couture. E a quantidade de trabalho dedicada a um vestido couture pode ser igualada a muitas das artes plásticas existentes. É uma pena que ainda exista esse preconceito, porque coisas tão bonitas como as produzidas pelos designers de couture deveriam é ser expostas em museus e apreciadas por todos.

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